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Cientistas descobrem fóssil do mais antigo dinossauro com 'capacete ósseo' na Mongólia

Animal viveu há 115 milhões de anos e pode ajudar a entender a origem das estruturas cranianas nos dinossauros de cabeça dura

Por Redação 18/09/2025 17h05
Cientistas descobrem fóssil do mais antigo dinossauro com 'capacete ósseo' na Mongólia
Cientistas descobrem fóssil do mais antigo dinossauro com 'capacete ósseo' na Mongólia - Foto: Masaya Hattori

Cientistas anunciaram a descoberta de um fóssil de dinossauro na Mongólia que pode mudar o entendimento sobre a origem dos chamados dinossauros de cabeça dura. O exemplar viveu há cerca de 115 milhões de anos e é o mais antigo e completo já encontrado desse grupo.

O animal recebeu o nome de Zavacephale rinpoche e media pouco mais de 1 metro de comprimento, com cerca de 6 kg. Segundo os paleontólogos, esses dinossauros se destacavam por ter o topo do crânio extremamente espesso, formando uma espécie de capacete ósseo. A estrutura poderia servir como defesa contra predadores, mas também tinha funções sociais, como disputas por parceiros ou afastamento de rivais.

Até agora, os fósseis disponíveis eram escassos e fragmentados, o que deixava dúvidas sobre como e quando essa característica teria surgido. O novo achado preserva mais da metade do esqueleto, incluindo um crânio quase completo, parte da cauda, ossos das patas dianteiras e até pedras no estômago usadas para ajudar na digestão.

Segundo Lindsay Zanno, paleontóloga da North Carolina State University e uma das autoras do estudo, o fóssil mostra que a formação do crânio espesso nesses dinossauros começou pela parte frontal da cabeça. Isso ajuda a entender os primeiros passos da evolução dessa característica.

O nome Zavacephale combina “Zava”, que significa “origem” em tibetano, com “cephale”, do latim para “cabeça”, e “rinpoche”, que quer dizer “precioso”. A formação craniana precoce e distinta sugere uma evolução mais complexa do que se pensava.

O grupo dos paquicefalossauros, ao qual o novo fóssil pertence, faz parte dos dinossauros herbívoros conhecidos como ornitisquianos. Esse grupo inclui também os ceratopsianos, com seus grandes chifres, e os estegossauros, famosos pelas placas nas costas. Todos tinham estruturas ósseas chamativas ligadas à proteção, comportamento social e reprodução.

A descoberta reforça a importância da Ásia Central como região-chave para entender a evolução dos dinossauros e oferece novas pistas sobre como essas espécies se desenvolveram ao longo de milhões de anos.