O Google lançou nesta segunda-feira (8) o Modo IA no Brasil, uma nova aba em seu buscador dedicada a respostas geradas por inteligência artificial. O recurso, agora disponível em português, utiliza o modelo Gemini 2.5 e promete entregar respostas mais completas e em linguagem natural, semelhante ao que já fazem plataformas como ChatGPT e o próprio Gemini.

Apresentado em maio durante o evento Google I/O, o Modo IA representa uma integração mais profunda entre o principal produto da empresa — a Busca — e sua aposta mais estratégica: a inteligência artificial. A ferramenta é voltada para tarefas mais complexas, como comparar produtos, planejar viagens ou entender tutoriais detalhados. Segundo o Google, as perguntas feitas nessa aba são, em média, mais longas do que as da busca tradicional.

Além de texto, o Gemini 2.5 tem capacidades multimodais, podendo interpretar comandos em voz e imagem. A nova aba também expande a funcionalidade “visão geral criada por IA” (AI Overviews), lançada em 2024, que oferece resumos no topo da página antes dos links tradicionais. Essa funcionalidade já alcança mais de 2 bilhões de usuários globalmente.

O buscador continua sendo a principal fonte de receita da empresa. Em 2024, a Busca gerou US$ 198 bilhões, superando em mais de cinco vezes o faturamento com anúncios no YouTube (US$ 36,14 bilhões).

Apesar da comodidade para os usuários, o avanço da IA na Busca preocupa empresas que dO buscador continua sendo a principal fonte de receita da empresa. Em 2024, a Busca gerou US$ 198 bilhões, superando em mais de cinco vezes o faturamento com anúncios no YouTube (US$ 36,14 bilhões).ependem do tráfego gerado pelos cliques em seus sites. Um estudo do Pew Research Center, publicado em julho, mostrou que usuários que recebem resumos gerados por IA têm menor probabilidade de clicar em links externos.

O Google afirma que sua missão continua sendo facilitar a descoberta de conteúdo na web e que a nova funcionalidade abre novas oportunidades para isso.

Na semana passada, a empresa também obteve uma vitória judicial nos Estados Unidos. Um juiz rejeitou o pedido de promotores para que o Google fosse obrigado a vender o navegador Chrome e o sistema operacional Android. A decisão, no entanto, determinou que a empresa compartilhe dados da Busca com concorrentes, como forma de estimular a competição. Analistas descartam riscos à liderança da empresa no curto prazo. As ações do Google subiram cerca de 10% na última semana.