Agro

Banco do Nordeste amplia crédito para mandiocultura em AL e movimenta R$ 6,5 milhões em 2025

Financiamentos crescem 41% até novembro, impulsionam Prodeter no Agreste e fortalecem exportações de farinha para a Itália

Por Redação com assessoria 24/12/2025 17h05 - Atualizado em 24/12/2025 17h05
Banco do Nordeste amplia crédito para mandiocultura em AL e movimenta R$ 6,5 milhões em 2025
Setor registrou uma alta movimentação em Alagoas - Foto: Assessoria

As contratações do Banco do Nordeste (BNB) destinadas à mandiocultura em Alagoas somaram R$ 6,5 milhões em 2025, até o mês de novembro. O volume representa um crescimento de 41% em relação ao mesmo período de 2024, com destaque para o Agreste alagoano, região onde está sendo executado o Programa de Desenvolvimento Territorial (Prodeter), com foco no fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca.

Além do crédito, o Prodeter tem promovido ações estruturantes, como capacitação técnica, parcerias institucionais e melhoramento genético das cultivares. Essas iniciativas já possibilitaram a inserção de produtores alagoanos no mercado externo, por meio da comercialização diária de cerca de 300 toneladas de mandioca para a Cooperativa de Agricultores Familiares de Campo do Brito, em Sergipe (Coofama). A produção é beneficiada e transformada em farinha, posteriormente exportada para a Itália.

De acordo com o gerente de Desenvolvimento Territorial do BNB em Alagoas, Manoel Roberto Muniz, o aumento do crédito aliado às ações do Prodeter tem gerado avanços significativos na atividade. “Conseguimos ampliar a produtividade e promover o melhoramento genético das cultivares em municípios como Arapiraca, Limoeiro de Anadia, Feira Grande e Lagoa da Canoa, fortalecendo estruturalmente a mandiocultura”, destacou.

O agente de desenvolvimento do BNB e responsável pelo Prodeter da Mandiocultura do Agreste, Claudevan Silva, ressalta que, ao longo dos últimos três anos, o Programa tem estimulado a qualificação técnica dos produtores e a integração entre pesquisa, assistência técnica e mercado. “O Prodeter fortalece os elos da cadeia produtiva, conecta produtores a grandes compradores e garante contratos com preço mínimo, incentivando a produção e assegurando matéria-prima de qualidade”, afirmou.

Entre as ações em andamento está a implantação da Rede Nacional de Multiplicação e Transferência de Materiais Propagativos de Mandioca (Reniva), iniciativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) em parceria com a Embrapa. Por meio do Prodeter e da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), o sistema chegou a Alagoas com capacitações voltadas à difusão de manivas-semente com qualidade genética e fitossanitária.

A próxima etapa prevê a criação de estufas na Embrapa, implantação do melhoramento genético, irrigação das cultivares e limpeza clonal do material, garantindo variedades livres de doenças e com alta produtividade. Após testes em laboratório e campo, as manivas serão distribuídas aos produtores, sem custo adicional, por meio do programa estadual de sementes.

As articulações do Prodeter também têm ampliado o acesso da produção alagoana a mercados mais exigentes. Segundo Claudevan Silva, a parceria com a Coofama é um exemplo desse avanço. “A organização da produção e a garantia de qualidade permitem acessar grandes compradores e novos mercados, inclusive internacionais”, pontuou.

O presidente da Câmara Setorial da Mandiocultura e Derivados de Alagoas, Eloízio Lopes, afirma que o polo de Campo do Brito reúne cerca de 200 beneficiadores que utilizam majoritariamente mandioca produzida em Alagoas. “A mandioca alagoana tem qualidade e escala. Em 2025, as exportações de farinha para a Itália já superaram 100 toneladas, impulsionadas pela demanda por produtos sem glúten."

Para o BNB, o Prodeter é uma estratégia fundamental para estruturar cadeias produtivas no estado, indo além do crédito e promovendo ações como capacitações, estímulo ao cooperativismo, difusão de tecnologia e inovação. “O objetivo é aumentar a competitividade das atividades econômicas regionais, com planos de ação construídos de forma colaborativa”, concluiu Manoel Roberto Muniz.