Agro
Usina Santo Antônio inicia safra 25/26 com previsão de crescimento
A moagem, inicialmente prevista para o fim de agosto, foi adiada para setembro por conta das chuvas registradas no mês passado

Localizada em São Luiz do Quitunde, no litoral norte de Alagoas, a Usina Santo Antônio iniciou, nesta terça-feira (02/09), a safra 2025/2026 de cana-de-açúcar. A moagem, inicialmente prevista para o fim de agosto, foi adiada para hoje por conta das chuvas registradas no mês passado.
De acordo com o superintendente agrícola da usina, Marco Maranhão, a unidade Camaragibe – que integra o grupo da Santo Antônio – deve dar início ao processamento na próxima segunda-feira (08/09). Juntas, as duas indústrias esperam esmagar mais de 2,5 milhões de toneladas de cana ao longo do novo ciclo.
Segundo a direção da usina, a expectativa é de crescimento de até 5% na comparação com a safra anterior, quando Santo Antônio e Camaragibe processaram 1,76 milhão e 626 mil toneladas, respectivamente, registrando queda de mais de 4% em relação à temporada 23/24.
Caso o regime de chuvas seja mais favorável no próximo verão, avalia Marcos Maranhão, o volume de cana a ser processado pode superar as previsões iniciais.
Retomada
O desempenho da safra 2024/2025 foi marcado por retração no estado. Segundo dados do Sindaçúcar-AL, as usinas filiadas moeram 17,4 milhões de toneladas de cana, uma queda de 8,5% em relação ao ciclo 23/24, quando a moagem superou 19 milhões de toneladas.
Na Santo Antônio, o recuo foi acompanhado por resultados compensatórios no açúcar. A unidade produziu 177,8 mil toneladas do produto, um crescimento de 16% frente ao ciclo anterior. Já o etanol registrou redução de 9%, totalizando 45,5 mil metros cúbicos.
Esse movimento mostra uma tendência de maior direcionamento da produção para o açúcar, comportamento que se repetiu em todo o setor alagoano. O mix produtivo no estado, de acordo com o boletim do Sindaçúcar, cresceu de 65,5% para quase 70% em favor do açúcar.
Uma das poucas apostas de alta
Com o setor ainda sob impacto das perdas de produtividades causadas pelo deficit hídrico, a projeção de crescimento da Santo Antônio se torna um ponto de destaque no cenário canavieiro alagoano. A maioria das usinas estima repetir ou reduzir a moagem em 2025/2026, enquanto Santo Antônio desponta como uma das poucas a apontar para uma possível retomada.
A perspectiva é que, mantido o cronograma de campo e confirmada a regularidade das chuvas, a safra da usina se consolide como uma das mais importantes do novo ciclo, reforçando seu papel entre as maiores produtoras do estado.

