Agro

Safra de cana no Nordeste deve cair 5% em 2025/26

No ciclo passado, a região processou pouco mais de 57 milhões de toneladas

Por Globo Rural 16/08/2025 08h08
Safra de cana no Nordeste deve cair 5% em 2025/26
A produção em Alagoas deve cair em função de um período longo de estiagem - Foto: Wenderson Araújo/CNA

A safra de cana-de-açúcar no Nordeste deve registrar uma queda de 5% no ciclo 2025/26. O dado foi revelado durante reunião da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool do Ministério da Agricultura. No ciclo passado, a região processou pouco mais de 57 milhões de toneladas.

Segundo Pedro Campos Neto, presidente da Câmara Setorial e também da União Nordestina dos Produtores de Cana (Unida), a perspectiva é de que Pernambuco mantenha a mesma safra que a anterior. Já a produção em Alagoas deve cair em função de um período longo de estiagem, e Paraíba e Rio Grande do Norte também devem ter uma safra menor. A moagem da cana na região deve iniciar a partir de agosto. 

“Mesmo com a volta das chuvas, o período longo sem precipitações regulares comprometeu um pouco a produção da safra na Paraíba e Rio Grande do Norte, localidades onde a qualidade do solo não é a mesma de Pernambuco e Alagoas, e isso vai refletir numa redução de safra de cerca de 5% na região”, disse Campos Neto.

Também na reunião, integrantes do setor debateram sobre os impactos do tarifaço para o açúcar. Pedro Campos Neto disse que o prejuízo para o açúcar que não está na cota americana e tem valor fixo não será muito impactante. “Dependendo do valor da tonelada, o açúcar que não está na cota, chega até a 100% de taxação”, lembrou ele. 

Em relação ao mercado de etanol de milho, cujos números são cada vez mais crescentes, o presidente da Unida descartou uma suposta concorrência com os produtores de etanol de cana. “Quem produz etanol de cana não olha o produtor de etanol de milho como adversário, mas como parceiro. Ambos têm que procurar novos mercados, pleitear aumento da mistura do etanol na gasolina de 30% para 35%, explorar o mercado do combustível marítimo, enfim buscar novos mercados e trabalhar juntos para o crescimento da produção de etanol no Brasil”, reforçou ele.