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Em caso de geada, açúcar tende a ser mais competitivo do que etanol

Afirmação foi feita pela HedgePoint Global Markets em relatório

Por Agrolink 01/06/2022 11h11
Em caso de geada, açúcar tende a ser mais competitivo do que etanol
Cana-de-açúcar - Foto: Assessoria

Caso ocorram geadas no Centro-Sul do Brasil durante o inverno e a safra de cana-de-açúcar seja prejudicada, o direcionamento da matéria-prima nas usinas do país tenderia a migrar mais para o açúcar do que para o etanol, apesar de ambos provavelmente continuarem com preços firmes, afirma a HedgePoint Global Markets em relatório.

A companhia fez uma simulação em que a moagem da região na safra 2022/23 cairia de 551 milhões para 520 milhões de toneladas – redução conservadora, afirma o relatório. Caso o mix de açúcar e a produtividade continuassem inalterados e a demanda por combustíveis crescesse 5%, como projetado, haveria falta de etanol hidratado.

Nesse cenário, diz a HedgePoint, o mais provável seria que a demanda por combustíveis não alcançasse crescimento de 5% e que o biocombustível perdesse participação no ciclo Otto, já que os preços mais altos reduziriam a procura.

Para que os estoques de hidratado alcançassem níveis mínimos no cenário de moagem de 520 milhões de toneladas, o mix de açúcar precisaria cair para 39,8%. A companhia vê essa mudança como menos provável, “pois pressionaria demais o balanço global do açúcar e seus fluxos comerciais, reduzindo a disponibilidade total em 3 milhões de toneladas, de 30,5 para aproximadamente 27,5 milhões de toneladas”.

Os atuais 30,5 milhões de toneladas já seriam um volume baixo em razão do déficit de 2,6 milhões de toneladas que a HedgePoint espera para a safra global 2021/22 (outubro-setembro). “Esse estresse adicional, portanto, daria mais suporte ao adoçante e garantiria que mais ATR fosse desviado para ele”.

O boletim destaca, porém, que a visão de mercado continua sendo altista e que as projeções se mantêm enquanto não há novas previsões climáticas.