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Federação da agricultura de Alagoas entrega pauta de reivindicações a Michel Temer

Presidente da FAEAL entregou carta ao Temer durante jantar promovido pela CNA

Por Redação com edivaldojunior.com.br 01/04/2017 08h08
Federação da agricultura de Alagoas entrega pauta de reivindicações a Michel Temer

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Alagoas, Álvaro Almeida, quebrou o protocolo durante jantar promovido pela CNA com Michel Temer para entregar uma carta de reivindicações ao presidente.

Álvaro contou, para isso, com a ajuda do ministro Maurício Quintella (Transportes), que também participou do encontro. “O ministro ajudou na entrega do documento e vai acompanhar uma resposta. Pedimos ao presidente que prorrogue o pagamento das dívidas de produtores rurais do Nordeste nos bancos oficiais. Não pedimos nenhum outro benefício. Só a prorrogação, porque com a seca ninguém vai poder pagar nada este ano”, resume.

A assessoria da Faeal fez texto sobre o encontro entre Almeida e Michel Temer. Veja:

Álvaro Almeida entrega pauta de reivindicações a Michel Temer

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária no Estado de Alagoas (Faeal), Álvaro Almeida, participou nesta terça-feira, 28, de um jantar promovido pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), na sede da entidade de classe, em Brasília, com o presidente da República, Michel Temer.

Na ocasião, o líder dos produtores rurais alagoanos entregou ao presidente um documento contendo a pauta de reivindicações do setor agropecuário do Estado.

“Foi um material elaborado pela Faeal em parceria com a Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Aquicultura, pedindo à adoção de políticas públicas de curto, médio e longo prazo para o desenvolvimento sustentável do nosso setor primário alagoano”, declarou.

No documento, o presidente da Faeal reforça que o Nordeste tem enfrentado uma das piores secas da história. Em Alagoas, os efeitos acumulados durante os últimos seis anos, de forte estiagem, estão causando sérios impactos negativos na economia do Estado.

Além de dificultar, ou até mesmo impossibilitar, o desenvolvimento de atividades ligadas ao setor agropecuário, a falta de chuvas impõe uma grave restrição hídrica a famílias alagoanas.

“Açudes, riachos, lagoas, nascentes e até mesmo rios perenes estão totalmente secos. Esta situação não vinha sendo relatada há mais de um século em nosso Estado. A consequência direta desta situação climática é observada na redução de 50% na produção da principal cultura, cana- de-açúcar, que chegou a marca de 30 milhões toneladas em 2007 e, na atualidade, próximo de 15 milhões de toneladas, gerando uma queda de receita de estimada em R$ 2 bilhões”, alertou Álvaro Almeida.

Segundo o documento, nos demais setores da agropecuária, as consequências são proporcionalmente semelhantes. Na atividade de produção leiteira, predominantemente no semiárido, a redução da produção está por volta de 40%, mesmo nas propriedades cuja gestão planeja a disponibilidade de insumos produtivos para alguns anos de seca.

Na pecuária de corte, estima-se uma perda de ganho de peso de mais de 1.600.000 de arrobas de carne, só para o ano de 2017, havendo também a mortandade de milhares de animais, até nas regiões próximas do litoral onde normalmente as chuvas ocorriam em maior volume.

Na produção de grãos, o Estado enfrenta reduções de até 80%. “Estamos recorrendo às políticas publicas de proteção aos agricultores familiares, como o Garantia Safra, para garantia mínima de sobrevivência dessas famílias. Raízes e tubérculos, culturas importantes para a agricultura familiar, também sofrem com a redução na produção, produtividade, ou até mesmo a inviabilidade em plantio”, reforçou Almeida no documento.

Diante deste cenário, a Faeal apresentou as seguintes reivindicações: criação de linha de crédito especial; construção de reservas hídricas; recomposição de canaviais; recomposição de rebanhos; disponibilização de recursos para o Canal Adutor do Sertão Alagoano; consolidação da implantação do Centro de Pesquisa da Embrapa no Estado de Alagoas; publicação da Portaria Interministerial que regulamenta a venda subsidiada do milho para o Nordeste e uma novasubvenção da cana-de-açúcar, entre outros pontos.

Encontro

Acompanhado pelos demais dirigentes das federações brasileiras, o presidente da CNA, João Martins, apresentou ao chefe do Executivo Nacional um documentos com as demandas sobre infraestrutura e logística para o escoamento dos produtos agropecuários.

Na oportunidade, após receber as reivindicações do setor agropecuário nacional, Temer reafirmou o compromisso com o setor agropecuário e agradeceu aos representantes do segmento que sustentou a economia do país durante momentos de crise. “Nos momentos mais difíceis, pudemos perceber que vocês conseguiram sustentar a economia brasileira”, afirmou.

Veja aqui, o documento na íntegra: carta a Michel Temer