Agro

Produtores da CPLA pedem continuidade na distribuição do bagaço da cana

Por Assessoria 10/03/2017 12h12
Produtores da CPLA pedem continuidade na distribuição do bagaço da cana

Ponto vital da criação do gado leiteiro, a alimentação tem sido o motivo da grande preocupação dos pequenos produtores da Cooperativa de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA) em meio a seca severa que se arrasta desde 2016 em Alagoas.

Com os custos praticamente dobrados para produção do litro de leite, os implementos como farelo de soja, milho, sorgo e palma já não valem a pena serem adquiridos no mercado comum devido a alta dos preços.

“Já nos esforçamos, cortamos gastos e até nos desfazemos de animais para manter a produção, só que sem alimentação e água a vaca não produz leite de qualidade”, reclama o o produtor José Hélio da Costa, da Associação Capelinha, Major Izidoro.

Hélio está entre os milhares de produtores que foram beneficiados na distribuição de bagaço de cana visando segurar a barra durante a estiagem e consequente improdutividade da terra para silagem. Mas, devido a conclusão da entrega das 10 mil toneladas disponibilizadas pelo Governo do Estado e Secretaria de Agricultura, o produtor teme pela degradação da produção do leite.

“O produtor fica incapaz. O pouco de bagaço que tínhamos, com esforço, estava dando para improvisar e tocar o pasto com alimentação bem distribuída entre as fêmeas leiteiras”, exemplifica. Ele não se contenta e pede sensibilidade para continuar o fornecimento gratuito do bagaço: “nessa situação de emergência do setor, precisamos de medidas rápidas para evitar o pior. O bagaço chegou como solução criativa e econômica, e pode ser levado a frente”, acredita o produtor.

Alternativa

A CPLA, cooperativa com produtores de leite em todas as regiões do Estado, reconhece a importância do fornecimento do bagaço como incremento no alimento do gado. “A Cooperativa já recebeu inúmeros apelos para que fosse renovado o fornecimento do bagaço. Praticamente todos os produtores de Alagoas já trabalhavam com esse insumo e já havia os adaptado às suas atividades como componente alimentar”,

De acordo com Superintendente de Desenvolvimento Agrário da Seagri, Hibernon Cavalcante, a pasta segue fechando o relatório de conclusão do Programa que beneficiou milhares de produtores, associações e animais. Ele confirma que o governo trabalha com a possibilidade de renovação do Programa.

“O Secretário Alvaro Vasconcelos está articulando para que uma nova quantidade de bagaço de cana seja adquirido pelo Estado e repassado aos produtores. Também teremos uma parceria com a Defesa Civil, no âmbito federal, para reforçar uma possível formação de estoque”, informou.

Apesar da sensibilização do Estado com a grave situação de seca, um fator poderá limitar uma futura distribuição gratuita de bagaço: “nunca tivemos um início de ano tão seco como estamos presenciando e isso vem refletindo nos rendimentos da safra da cana, que automaticamente eleva o preço do bagaço no mercado”, explica.

Segundo dados repassados por Hibernon, em 2017 o Programa DE Distribuição de Bagaço de Cana cresceu 25% em relação a 2016, quando foram entregues 8 mil toneladas. Em relação a gestão anterior ao governador Renan Filho, quando eram distribuídos comente 4 mil toneladas por temporada, o Programa registra um crescimento médio de 150%.