Agro

Após 35 anos é retomado o cultivo de algodão em Alagoas

Com um mercado firme para a produto, empresário afirma estar ampliando a área de cultivo

Por Redação com Gazeta Rural 02/12/2020 18h06
Após 35 anos é retomado o cultivo de algodão em Alagoas
Foto: Reprodução

Velha conhecida da agricultura alagoana, a cultura do algodão, após algumas décadas, volta com força ao solo alagoano. Neste cenário de retomada, mais de 390 hectares foram plantados pelo Grupo Santana, obtendo uma produtividade considerada acima da média.

“Após 35 anos, o algodão está de volta a Alagoas. Revitalizamos a cultura no Estado. Este ano, acertamos no tempo do plantio e estamos obtendo excelentes índices de produtividade. Estamos muito satisfeitos com os resultados”, declarou o empresário Ivanilson Araújo, presidente do Grupo Santana.

De acordo com ele, o algodão que está sendo produzido em solo alagoano, também está sendo beneficiado no Estado.

“Arrendamos uma usina em Arapiraca e processamos todo o algodão. Com os resultados positivos, de Deus quiser, no próximo ano, estaremos ampliando a área de plantio do algodão que é um dos símbolos da bandeira de Alagoas”, anunciou.

Segundo Araújo, o algodão é uma cultura de alto valor agregado que tem várias utilidades, na pluma e no caroço. “Temos uma procura muito boa para o caroço. Temos no Estado uma pecuária muito forte de gado de corte, e de leite, e o produto que era importado da Bahia e do Piauí agora poderá ser adquirido aqui no Estado, em Arapiraca. Com relação a pluma, temos uma empresa no Ceará que compra nosso algodão produzido no Rio Grande do Norte e na Paraíba e agora em Alagoas”, destacou.

Com um mercado firme para a produto, o empresário afirmou que estará ampliando a área de cultivo para mil hectares.

“O negócio dá certo. Está comprovado com os resultados obtidos nesta safra. O que nós produzimos, nós processamos. Temos como projeto futuro também fazer a irrigação aqui em Alagoas”, reforçou.

Segundo ele, apesar do sucesso do algodão, as apostas não se concentram em uma única cultura. “Este ano, também plantamos mais de dois mil hectares de milho, além de feijão. Infelizmente, faltou chuva. Se não fosse isso, faríamos uma grande safra, pós colheita de milho. Também plantamos sorgo e, ano que vem, vamos retomar a produção e soja já que o valor agregado, este ano, deu excelente preços”, salientou.

“A cada ano que se passa, estamos ganhando em produtividade. O primeiro, não foi excelente nível de produtividade. Mas, este ano, por excesso de chuvas e falta de luminosidade, acabamos ficando com os mesmos números do ano passado. Trabalhamos de janeiro a janeiro. O agro não para e não pode parar. A gente veio para Alagoas para somar e não para dividir. A cana tem o espaço dela e o grão precisa do dele. Acredito que Alagoas só tem a crescer cada vez mais”, frisou Araújo.