Política
O que significam as conversas quase secretas entre Renan Filho e JHC?
A reunião não entrou na agenda oficial de nenhum dos dois, mas foi confirmada ao Blog do Edivaldo Júnior por diferentes fontes com trânsito no meio político
Poucos dias antes da longa conversa que teve com o presidente Lula, no dia 9 de dezembro, em que acertou a saída do Ministério dos Transportes para disputar o governo de Alagoas, Renan Filho, manteve um encontro reservado com o prefeito de Maceió, JHC, em Brasília.
A reunião não entrou na agenda oficial de nenhum dos dois, mas foi confirmada ao Blog do Edivaldo Júnior por diferentes fontes com trânsito no meio político. E não foi o primeiro encontro entre os dois. Este ano, o prefeito e o ministro tiveram várias conversas. E há quem acredite que os dois fizeram um acordo.
Nem Renan Filho, nem JHC, confirmam qualquer tipo de entendimento – embora deixem explícito que há sim algum tipo de diálogo entre eles. O conteúdo da conversa segue cercado de discrição. O ministro e o prefeito evitam falar do encontro ou possíveis acordos.
O diálogo entre os dois não é novidade. Segundo um influente interlocutor ouvido pelo blog, a relação política entre ambos se intensificou durante o processo que culminou com a indicação de Marluce Caldas para o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
“Eles conversaram muito até sair a nomeação. Depois disso, continuaram se falando, mas com menos frequência. O fato é que houve um entendimento, embora eu não saiba dizer exatamente qual foi o acordo, mas acredito que fizeram um acordo naquele processo”, revelou a fonte.
Desde então, Renan Filho e JHC, apesar de ocuparem campos políticos distintos, evitam críticas diretas um ao outro, mesmo em momentos de maior tensão no cenário local. O silêncio mútuo é interpretado, nos bastidores, como um sinal de cautela e preservação de canais abertos para o futuro.
Com Renan Filho cada vez mais decidido a deixar o Ministério dos Transportes, retornar ao Senado e disputar o governo de Alagoas em 2026, como o blog vem antecipando, cresce a leitura de que qualquer rearranjo político importante passará, necessariamente, por algum tipo de entendimento com JHC — ou, ao menos, por um acordo de “não agressão”.
Nesse contexto, aliados dos Renans avaliam que uma eventual candidatura de JHC ao Senado poderia ser absorvida sem maiores resistências. O mesmo raciocínio se aplicaria a uma possível candidatura de Marina Candia à Câmara Alta. A condição central, segundo interlocutores do grupo, seria uma só: JHC não se posicionar como candidato de oposição ao governo estadual.
Do lado do prefeito de Maceió, a estratégia também parece ser de prudência. JHC evita tratar publicamente de 2026 e mantém o discurso focado na gestão municipal na seara pública, enquanto alimenta nos bastidores informações de que será candidato a governador.
Ainda não há acordo confirmado, nem anúncio formal de alianças. O que existe, até aqui, são sinais. Conversas reservadas, ausência de ataques e um cenário eleitoral que pode empurrar antigos adversários para a mesa de negociação. Onde há fumaça, há fogo. É fato. Mas em política, especialmente em Alagoas, nem sempre dois mais dois é quatro. E tudo pode não passar de cortina de fumaça. Mas essa é outra história.


