Política

Em 10 anos, emendas crescem 2.200% e multiplicam poder político em AL

Por Blog de Edivaldo Junior 29/12/2025 08h08 - Atualizado em 29/12/2025 08h08
Em 10 anos, emendas crescem 2.200% e multiplicam poder político em AL
Congresso Nacional - Foto: Brenno Carvalho/Agência O Globo/12-05-2023

O volume de emendas parlamentares impositivas transferidas para Alagoas e seus municípios revela uma mudança estrutural no peso político de deputados federais e senadores. De acordo com dados oficiais do Tesouro Nacional, em 2015, o estado recebeu pouco mais de R$ 35 milhões em emendas individuais. Em 2025, o total já alcança R$ 845,7 milhões, considerando emendas individuais e de bancada — um crescimento superior a 2.200% em uma década.

O dado mais relevante não é apenas o aumento nominal, mas a consolidação das emendas como um dos principais instrumentos de poder político no Congresso. Até 2017, Alagoas dependia exclusivamente das emendas individuais. A partir de 2018, com a consolidação das emendas de bancada e, depois, com a ampliação das regras de execução obrigatória, o fluxo de recursos ganhou escala e previsibilidade.

Entre 2023 e 2025, o salto é ainda mais expressivo. O total transferido mais que dobrou, saindo de R$ 346 milhões em 2022 para quase R$ 845 milhões em 2025. Trata-se de um patamar inédito, que aproxima o volume anual de emendas de valores historicamente reservados a grandes programas federais.

Esse movimento ocorre paralelamente à ampliação das emendas impositivas no orçamento federal e à consolidação de mecanismos como as transferências especiais, as chamadas “emendas Pix”. Embora não incluídas neste levantamento, elas reforçam a centralidade do Congresso na definição do destino dos recursos públicos.

Poder além do Estado


O Tesouro Nacional listou apenas as emendas transferidas aos Estados e municípios, deixando de fora valores destinados por parlamentares a outras instituições, a exemplo de Universidades ou Institutos Federais, órgãos federais (Conab, Cdoevasf etc) que são feitas diretamente ou através de ministérios – o que amplia o poder de influência dos parlamentares.

Também não são listadas no levantamento as emendas de relator, de comissões ou do “orçamento secreto” – neste caso, o acesso é de um número menor de parlamentares, normalmente os mais influentes no Congresso Nacional. 

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