Um levantamento a partir de dados disponíveis no Portal da Câmara dos Deputados mostra que o presidente da Casa, ex-presidentes e líderes partidários acumularam mais de R$ 2,8 milhões em gastos com a cota para o exercício da atividade parlamentar ao longo de 2025. As despesas envolvem itens como passagens aéreas, divulgação institucional, combustíveis, locação de veículos, telefonia e manutenção de escritórios.

Entre os parlamentares analisados, o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), aparece com o maior volume de gastos no ano, somando R$ 527.752,69. O maior desembolso foi registrado em fevereiro, quando as despesas chegaram a R$ 56.995,89, impulsionadas principalmente por custos com divulgação parlamentar, locação de veículos e combustíveis.

O ex-presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) apresentou um total de R$ 301.908,38 em gastos no mesmo período. O mês de março concentrou a maior parte desse valor, com R$ 96.903,38, sendo mais de R$ 91 mil destinados exclusivamente à compra de passagens aéreas.

O levantamento também inclui líderes da base governista e da oposição. O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias, registrou despesas de R$ 283.464,99 em 2025, com maior concentração de gastos no mês de setembro. Já o líder do PL, Sóstenes Cavalcante, somou R$ 453.851,91, superando o valor do petista, com destaque para os gastos realizados em maio.

Na comparação direta entre governo e oposição, o líder do governo Lula na Câmara, José Guimarães, acumulou R$ 453.790,15 em despesas ao longo do ano. Do outro lado, o líder da oposição, Zucco, registrou gastos de R$ 419.669,70, tendo abril como o mês de maior desembolso.

A cota parlamentar é um recurso público destinado a custear despesas relacionadas ao exercício do mandato, como transporte, comunicação e estrutura de apoio. Os valores variam de acordo com o estado de origem de cada deputado e são divulgados mensalmente no Portal da Transparência da Câmara dos Deputados.