Renan Calheiros decidiu subir o tom contra Arthur Lira e, ao fazê-lo, praticamente descartou qualquer possibilidade de composição política com o ex-presidente da Câmara dos Deputados para as eleições do próximo ano. As declarações mais recentes reforçam que a disputa entre os dois terá impacto direto na corrida pelas duas vagas ao Senado em Alagoas.

“Ele acredita na impunidade porque tudo o que fez acabou não tendo consequência”, disse o senador na última semana, ao se referir a Arthur Lira. A declaração não só afasta uma aliança com Lira, mas pode sinalizar para o endurecimento das relações na campanha do próximo ano. O grupo de Renan pode lançar um segundo nome ao Senado, o que pode dificultar – e muito – o apoio para Lira nas bases do MDB mais leais aos Calheiros,

Em entrevista e declarações reproduzidas pela revista Veja, Renan classificou Lira como o “ideólogo do orçamento secreto” e afirmou que o ex-presidente da Câmara “acredita na impunidade porque tudo”. A fala não é isolada. Ela se soma a uma sequência de críticas em que Renan associa Lira à distorção no uso das emendas parlamentares e à consolidação de um modelo que concentrou poder e recursos em poucos parlamentares.

Ao endurecer o discurso, Renan deixa claro que pretende ir para o confronto direto com Lira no debate político e eleitoral. Ambos são pré-candidatos ao Senado, o que transforma o embate em um duelo aberto por espaço, narrativa e apoio nas bases eleitorais.

Do lado de Lira, a reação tem sido minimizar as críticas e atribuir a ofensiva à tentativa de Renan de manter protagonismo político. Ainda assim, o aumento da temperatura indica que a disputa está longe de arrefecer.Fique por dentro:Veja o texto na Veja

“Ideólogo do orçamento secreto”, diz Renan sobre Arthur Lira