Política

Renovação mínima: apenas 3 novos nomes podem chegar a Assembleia em 26

Deputados avaliam que poucas cadeiras devem mudar de mãos, diante da força dos atuais mandatos e das novas regras eleitorais

Por Blog do Edivaldo Junior 21/12/2025 10h10
Renovação mínima: apenas 3 novos nomes podem chegar a Assembleia em 26
Deputados participam da posse da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Alagoas - Foto: Assessoria

A renovação da Assembleia Legislativa de Alagoas nas eleições de 2026 tende a ser uma das menores da história recente. Essa é a avaliação predominante entre deputados – do governo e de oposição - que pretendem disputar a reeleição no próximo ano. Nos bastidores, a expectativa é de que apenas três ou quatro cadeiras mudem de mãos, em um cenário marcado pela força da estrutura dos atuais mandatos e pelas novas regras eleitorais.

A regra é clara. Quem já está no mandato larga com ampla vantagem: acesso a emendas parlamentares, estrutura de gabinete, presença permanente nas bases eleitorais e maior visibilidade política. “Hoje, quem disputa a eleição com mandato tem chance muito maior de vencer”, resume um influente interlocutor da Assembleia ouvido pelo blog.

Além disso, a tendência é de forte redução no número de chapas proporcionais. Com o advento da federação partidária e as estratégias de concentração de candidaturas, o desenho mais provável aponta para, no máximo, três ou quatro chapas competitivas: o chapão do MDB, uma grande chapa da oposição e a chapa da Federação Brasil (PT, PCdoB e PV). Nesse cenário, a avaliação é de que a renovação “real” fique restrita a duas ou três vagas.

Alguns nomes já aparecem como praticamente certos para ocupar cadeiras a partir de 2027, embora nem todos sejam considerados renovação de fato. É o caso de Hugo Wanderley Filho, ex-prefeito de Cacimbinhas e ex-presidente da AMA, que deve substituir o pai, o deputado Dr. Wanderley. Num movimento muito parecido, a deputada estadual Flávia Cavalcante não deve disputar a reeleição e será substituída pelo pai, o ex-prefeito Cícero Cavalcante, que também é considerado favorito para a próxima eleição.

A lógica é a mesma da deputada Carla Dantas, que não deve disputar a reeleição, abrindo espaço para Paulinho Mendonça em suas bases ligadas ao governador Paulo Dantas. Essas trocas de nomes na mesma base não são consideras como mudanças no parlamento.

Mudança pra valer, na conta dos deputados, são consideradas aquelas em que podem entrar novos parlamentares representando novos grupos. Entre os estreantes com chances reais está Marcos Beltrão, irmão do prefeito de Coruripe, Marcelo Beltrão. Ele é apontado como favorito para ocupar uma vaga e vem com a força política da região sul, que teve com Yvan Beltrão e Joã Beltrão um vaga na Assembleia Legislativa durante décadas, mas que ficou de fora na atual legislatura.

Pesou o número excessivo de candidatos disputando votos no mesmo espaço na última eleição. Agora, com as candidaturas mais concentradas, a região tem chance de emplacar outro nome bem avaliado. Trata-se de Henrique Chicão, que obteve mais de 29 mil votos em 2022 e segue fortalecido, especialmente no Sul do estado.

Na mesma faixa aparece Tenorinho Malta, prefeito de Inhapi, irmão do ex-presidente da Assembleia, César Malta, e considerado herdeiro de um capital político ainda relevante no SertãoO filho de Ronaldo Lopes, prefeito de Penedo, Guilherme Lopes, que teve mais de 24 mil votos na eleição passada e mantém base ativa no Baixo São Francisco, também segue competitivo com chances de disputar uma das três ou quatro vagas que poderão ser renovadas na Assembleia Legislativa de Alagoas.

Além deles, o s ex-deputados Léo Loureiro, Davi Maia e Tarcísio Freire tentam se recolocar no jogo, assim como duas jovens lideranças femininas: a vereadora por Maceió, Teca Nelma, e a prefeita de Atalaia, Ceci Hermann. No caso delas, a avaliação é que o desempenho dependerá menos de estruturas tradicionais e mais da capacidade de mobilização e comunicação, em busca do chamado voto de opinião.

Fora destes prognósticos, é esperar pelas surpresas. Em 2022, a chapa do União Brasil, fez três novos nomes. Um influenciador digital (Leonam Pinheiro), um evangélico (Mesaque Padilha) e um com trabalho consolidado na área de assistência de saúde e social (Lelo Maia). Os três vão bem no mandato e podem ampliar. Outras mudanças foram registradas com eleitos no PP (Gabi Gonçalves), Republicanos (André Silva) e MDB (Alexandre Ayres e Dr. Wanderley). Estes também conseguiram manter suas bases ou espaços, o que reduz chances de renovação.

Com menos candidatos realmente competitivos e chapas mais enxutas, a tendência é de concentração de votos. O resultado, segundo parlamentares experientes, deve ser uma eleição atípica: menos fragmentada, mais previsível e com baixa renovação. Para quem já está na Casa, a expectativa é de manutenção. Para quem tenta entrar, o desafio será maior do que nunca.

As surpresas podem vir das redes sociais, das igrejas ou de algum movimento específico. Considerando apenas as bases e os apoios, menos de dez candidatos que estão fora da ALE (alguns ex-deputados, inclusive) vão brigar pelas três ou quatro vagas que serão renovadas. Não é difícil apontar os que tem maior chance de perder o mandato. Mas essa é outra história.