João Caldas acaba de inicar um movimento que tem tudo a ver com seu estilo: irrequieto, inovador e ousado quando se trata de política. Ele assumiu o comando do Democracia Cristã (DC), antigo PSDC, em julho deste ano. Desde então, está reposicionando a legenda e agora chega com uma novidade que promete fazer muito barulho: o lançamento do ex-ministro e ex-deputado federal Aldo Rebelo, um alagoano radicado em São Paulo, para a presidência da república.

Sob o comando do ex-deputado federal alagoano João Caldas, o DC vive um momento de reorganização interna e projeção eleitoral na busca para reposicionar a legenda no cenário político nacional às vésperas das eleições de 2026. Caldas tem experiência na construção de partidos e já atuou antes na formação de legendas como o PROS e o Solidariedade.

Desde que assumiu o comando da sigla, em substituição ao fundador histórico José Maria Eymael, Caldas tem redefinido a estratégia partidária, combinando visibilidade pública, articulação de lideranças e esforços para superar a chamada cláusula de barreira.

O lançamento da pré-candidatura de Aldo Rebelo à Presidência da República pelo DC é um passo importante dessa estratégia, pois coloca o partido no debate presidencial e amplia sua visibilidade junto a atores políticos em âmbito nacional. A articulação em torno do ex-ministro reforça a tentativa de dar corpo a um projeto além de disputas locais, buscando firmar o DC como alternativa política no cenário nacional.

O Democracia Cristã conseguiu a liberação de uma sala nos anexos da Câmara dos Deputados que funcionará como sede de atividades partidárias e como ponto de articulação política em Brasília. É JC sendo JC. Essa conquista, pode facilitar a construção de uma bancada de deputados federais – fundamental para que o DC se reúna condições de cumprir a cláusula de barreira prevista na legislação eleitoral.

Hoje, o Democracia Cristã não tem representação na Câmara dos Deputados, o que tira o tempo de rádio e televisão, além do acesso reduzido aos fundos partidário e eleitoral. Superar a cláusula de barreira, que exige percentual mínimo de votos ou número de parlamentares eleitos distribuídos pelo país, tem sido apresentado pela direção nacional como um dos principais objetivos para 2026.

João Caldas tem histórico de articulação partidária e conecta sua experiência no Congresso Nacional com a ambição de transformar o DC em uma legenda mais estruturada. Sua atuação inclui parcerias estratégicas e a reorganização de diretórios estaduais, com foco em ampliar a base de filiações e montar chapas competitivas para deputado federal e estadual em diferentes regiões do país.

Apesar da projeção nacional, a estratégia do presidente do Democrata e Cristãos ainda carece de definição clara no plano local, em especial em Alagoas.

Perguntas sobre se Caldas será candidato a deputado federal, se membros de sua família, como o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (JHC), ou a senadora Eudócia Caldas, podem se filiar à legenda, permanecem sem uma resposta pública definitiva.

Da mesma forma, ainda não está claro se haverá uma chapa estruturada do DC em Alagoas ou se o foco será nacional, com ênfase em estados onde o partido já tem maior articulação, a exemplo de São Paulo.

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