Política

Renan Filho com Lula, JHC com Flávio Bolsonaro: será assim em 2026?

Se permanecer no PL, JHC terá que montar em Alagoas o palanque de Flávio Bolsonaro

Por Blog de Edivaldo Junior 10/12/2025 04h04 - Atualizado em 10/12/2025 04h04
Renan Filho com Lula, JHC com Flávio Bolsonaro: será assim em 2026?
Renan Filho x JHC - Foto: Reprodução

A disputa de 2026 em Alagoas caminha para a formação de dois palanques antagônicos — e já bastante delineados. De um lado, o governador Paulo Dantas e o senador Renan Calheiros trabalham para montar uma frente ampla em torno da candidatura de Renan Filho ao governo, tendo como principal ativo nacional o apoio do presidente Lula.

O ministro dos Transportes, Renan Filho inclusive, já anunciou publicamente que estará com Lula na tentativa de reeleição, ainda que seu partido, o MDB não declare apoio ao atual presidente.

Do outro lado, o prefeito JHC enfrenta uma situação ainda indefinida, mas que já tem um direcionamento claro. O lançamento do senador Flávio Bolsonaro como pré-candidato à Presidência pelo PL pressiona diretamente o prefeito. Bem avaliado na direita, o filho do ex-presidente não pontua bem em Alagoas e pode se tornar em “um peso” para uma eventual candidatura de João Henrique Caldas ao governo.

Se permanecer no PL, JHC fica sem opção. Terá de montar em Alagoas o palanque de Flávio Bolsonaro — movimento que pode alterar o tabuleiro político local e nacional.

Em Alagoas, isso significa que JHC, ao continuar no partido, se comprometeria a representar o bolsonarismo no Estado. Por outro lado, JHC tem a seu favor o fato de que Maceió foi a única capital do Nordeste onde Jair Bolsonaro venceu em 2022, o que reforça o potencial de competitividade de um palanque bolsonarista liderado por ele. O problema é o interior, onde Bolsonaro perdeu e o apoio a JHC praticamente inexiste.

Para JHC, não há muitas opções. Se deixar o PL, abre espaço para uma composição que o desobrigue de assumir o palanque de Flávio Bolsonaro. Se ficar, sua candidatura — seja ao governo ou ao Senado — estará diretamente vinculada ao nome lançado pelo ex-presidente.

Assim, enquanto o grupo governista já organiza sua estrutura em torno da chapa Lula–Renan Filho–Renan Calheiros, a oposição se divide diante das pressões nacionais. A escolha de JHC definirá se o Estado terá, de fato, dois palanques antagônicos: um lulista e outro bolsonarista.

E para complicar, a oposição ainda terá de esperar o que fará o PP/União de Arthur Lira, que pode lançar outro candidato à presidência, complicando ainda mais a escolha do prefeito de Maceió. Mas essa é outra história.


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