No último final de semana o deputado federal Arthur Lira (PP) percorreu ao menos quatro municípios com o objetivo de consolidar o apoio de lideranças – especialmente prefeitos – ligadas ao grupo do governador Paulo Dantas.

Nas visitas aos municípios registradas nas redes sociais, três prefeitos são do MDB de Renan Calheiros; Jó Dionísio (Olivença), Theobaldo Cintra (Major Isidoro) e Thiago Medeiros (Capela). O outro prefeito, Bebeto Barros (Girau do Ponciano), embora filiado ao PP tem relação próxima com o governador Paulo Dantas.

Apesar de consolidar o apoio de importantes líderes do grupo de Paulo Dantas e Renan Calheiros, a exemplo de Lula Cabeleira (Delmiro Gouveia), Junior Menzes (União dos Palmares) e Cícero Cavalcante (Região Norte), Lira não conseguiu pontuar dentro do esperado nas pesquisas ralizadas nas últimas semanas.

Levantamentos mais recentes, incluindo de institutos nacionais, mostram que Lira tem ficado na quarta posição, dependendo dos cenários. Nada que o desanime. Experiente, ele já disse que o resultado das pesquisas, especialmente as que foram feitas na região metropolitana de Maceió, não refletem a realidade do Senado em Alagoas.

Lira, apesar de especulações em Alagoas e em Brasília de que ele poderia repensar a candidatura majoritária, mantém firme o projeto ao Senado.

O ex-presidente da Câmara dos Deputados parece não desanimar com resultado de pesquisas e aposta cada vez mais no apoio de lideranças para fortalecer seu projeto. Se Renan Calheiros conseguiu o apoio de mais de 90% dos prefeitos alagoanos no primeiro ou no segundo voto, Lira vai na mesma direção e deve conseguir um desempenho próximo ou igual ao de Renan, salvo fato novo.

A maior dificuldade para Lira nos próximos dias vai além de pontuar melhor nas pesquisas. Ele tem pela frente que se entender com aliados, a exemplo de JHC , Davi Davino Filho ou Alfredo Gaspar de Mendonça.

O prefeito de Maceió ensaia uma candidatura de sua esposa, Marina Candia ao Senado e há quem diga que ele próprio pode disputar a vaga. Davi Davino Filho é pré-candidato ao Senado e já avisou que sua candidatura é inegociável. Já Gaspar mantém silêncio sobre o tema, mas seu nome é articulado para uma possível dobradinha com Marina Candia numa eventual chapa de JHC ao governo.

No cenário atual esses três nomes, todos de aliados, pontuam melhor do que o ex-presidente da Câmara dos Deputados nas pesquisas. Lira disse em entrevista a O Globo, em 1o de outubro deste ano, que não será candidato a deputado federal e que é, desde já, pré-candidato ao Senado em 2026. E foi mais longe ao afirmar que “não tem espaço” para que ele, Davi Davino e Alfredo Gaspar concorram ao mesmo tempo pela mesma vaga.

O fato é que no momento a maior ameaça a Lira parece partir dos aliados, enquanto ele encontra apoio em quem supostamente deveria ser seus adversários. Um dilema que ele vai precisar resolver até abril do próximo ano. Do contrário poderá colocar em risco seu projeto, quer queira ou não. Mas essa é outra história.