Política
Como seria o segundo turno Lula x Flávio Bolsonaro? Veja pesquisa
O levantamento do Datafolha foi divulgado em 6 de dezembro de 2025, depois que o senador foi anunciado como pré-candidato a presidente
Uma nova pesquisa do Datafolha, divulgada em 6 de dezembro de 2025, aponta que o presidente Lula venceria o senador Flávio Bolsonaro por ampla margem num eventual segundo turno das eleições presidenciais de 2026. O levantamento indica 51% das intenções de voto para Lula contra 36% de Flávio — diferença de 15 pontos percentuais.
Na sexta-feira 5, Flávio anunciou ter sido escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como seu candidato ao Palácio do Planalto no ano que vem. A escolha teria desagradado setores da direita e alguns governadores, caso de Ronaldo Caiado, de Goiás, mantiveram a pré-candidatura a presidente.
O levantamento, realizado entre 2 e 4 de dezembro, ouviu 2.002 eleitores em 113 municípios e tem margem de erro de dois pontos para mais ou para menos.
Outros cenários testados
Além da disputa Lula x Flávio, o Datafolha simulou confrontos com outros nomes da chamada “direita” ou do bolsonarismo, com os seguintes resultados em segundo turno:
Lula x Tarcísio de Freitas (Republicanos): 47% a 42% para Lula.
Lula x Ratinho Jr. (PSD): 47% a 41%.
Lula x Eduardo Bolsonaro (PL-SP): 52% a 35%.
Lula x Michelle Bolsonaro (PL-DF): 50% a 39%.
No cenário de primeiro turno, Lula também lidera com folga em todos os confrontos simulados. Por exemplo: 41% contra 18% de Flávio; 41% ante 23% de Tarcísio; em cenários com Michelle, Ratinho Jr., ou outros nomes da direita, Lula se mantém à frente com variações semelhantes.
Rejeição e contexto eleitoral
A pesquisa aponta altos índices de rejeição aos candidatos mantidos no bolsonarismo: 38% rejeitam Flávio, 37% rejeitam Eduardo, 35% rejeitam Michelle. Entre governadores e outros nomes testados, a rejeição é menor — o que ajuda a explicar por que nomes como Tarcísio e Ratinho Jr. aparecem como os mais competitivos da direita, ainda que insuficientes para superar Lula no momento.
Apesar do cenário favorável, o governo Lula enfrenta desafios: aprovação estagnada (32%) e reprovação elevada (38%), segundo o mesmo levantamento — fatores que o Planalto tenta atenuar com eventual ampliação de alianças e redução de rejeição até 2026.
Interpretações e desdobramentos
O resultado reforça a percepção de que o sobrenome Bolsonaro — e os herdeiros políticos da família — carregam hoje um fardo importante de rejeição, o que favorece Lula mesmo diante de tentativas de recomposição da direita. A vantagem de 15 pontos contra Flávio sinaliza que, no atual ciclo, o eleitorado ainda sofre de “cansaço” com o bolsonarismo.
Entretanto, a fragmentação da direita — com múltiplos potenciais candidatos — traz incertezas sobre como esses cenários evoluirão até 2026, especialmente se houver realinhamentos políticos significativos ou mudança de contexto econômico e social.
Para o eleitorado e analistas, os dados indicam que Lula sai da largada como franco favorito; para a oposição, o desafio será construir unidade, reduzir rejeições e apresentar alternativas capazes de expandir apelo além da base tradicional.


