Política
Relator da CPMI é acusado de alertar foragido durante sessão no Congresso
Deputado Alfredo Gaspar citou localização de Carlos Lopes, alvo da PF, e gerou reação de colegas
Durante sessão da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS nesta terça-feira (18), o relator da comissão, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), foi criticado por colegas após mencionar publicamente o possível paradeiro de Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer e considerado foragido pela Polícia Federal.
Gaspar afirmou ter recebido “de forma insistente” informações de que Lopes estaria na Terra Indígena Caramuru-Paraguaçu, no sul da Bahia. “Recebi seis e-mails no mesmo sentido. Falo aqui porque a própria Polícia Federal pode fazer uma inspeção”, declarou o deputado, segundo a Revista Fórum.
A fala gerou reação imediata do deputado Alencar Santana (PT-SP), que alertou para o risco de a declaração comprometer a operação policial. “Espero que, onde quer que esteja o senhor Carlos Lopes, ele não esteja assistindo a esta CPMI. Porque, depois dessa informação, provavelmente ele vai fugir. É como o gato avisando o rato: estou chegando aí”, ironizou.
Carlos Lopes é apontado como líder de um esquema de fraudes no INSS e teve a prisão decretada pelo ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal. A PF tenta localizá-lo desde a deflagração da nova fase da Operação Sem Desconto, no dia 13 de novembro.
Após a repercussão, Alfredo Gaspar tentou se justificar, dizendo que a informação fazia parte de uma “contra-informação combinada” com sua equipe, mas admitiu que não comunicou os demais membros da comissão. “Meu erro foi não ter informado ao colegiado que eu iria falar isso”, afirmou.
A situação levantou questionamentos sobre a responsabilidade dos parlamentares no trato com informações sigilosas e o impacto de declarações públicas em investigações em andamento.


