Política
“Chapa da degola” deve enfrentar disputa mais dura para federal em AL
Denominação reflete o cenário que se desenha para a Federação Progressistas-União Brasil
Depois da “chapa do barulho”, da “chapa mágica”, da “chapa surpresa”, da “chapa do encanto” e da “chapa do desafio”, surge agora o que nos bastidores já se chama de “chapa da degola”. A denominação, que circula entre lideranças políticas alagoanas, reflete o cenário que se desenha para a Federação Progressistas-União Brasil, que tem bancada de 5 deputados federais mas só deve eleger 4 vagas no próximo ano.
Formada por dois dos partidos mais fortes do estado, paradoxalmente, a federação pode enfrentar em 2026 uma das disputas mais difíceis da próxima eleição proporcional.
Explico. Atualmente, a federação soma cinco deputados federais: Arthur Lira, Max Beltrão, Fábio Costa e Daniel Barbosa, pelo PP, além de Alfredo Gaspar, pela União Brasil. Mesmo com essa bancada de peso, a matemática eleitoral impõe um desafio e tanto: para garantir quatro mandatos, a federação precisará somar mais de 600 mil votos válidos em Alagoas. Para garnatir cinco vagas, seriam 750 mil votos no mínimo.
A conta é simples. O quociente eleitoral projetado para 2026 está estimado entre 190 mil e 200 mil votos. Isso significa que, para eleger quatro deputados, a federação precisará ultrapassar a marca dos 600 mil votos (mesmo considerando a eleição de alguns parlamentares por média). Já para assegurar um quinto nome, o total teria de se aproximar de 800 mil votos, metade dos votos válidos do estado.
Por isso, a chapa já vem sendo chamada nos bastidores de “chapa da degola”: a expectativa é de que pelo menos um ou dois deputados federais atuais possam ficar de fora na próxima eleição, caso o desempenho nas urnas não supere o de 2022.
A situação tem alimentado especulações sobre possíveis mudanças partidárias, especialmente envolvendo Daniel Barbosa, Max Beltrão e o delegado Fábio Costa, que teriam sido sondados por outras legendas.
Com o tabuleiro eleitoral cada vez mais movimentado, a “chapa da degola” se desenha como uma das mais duras para a disputa proporcional de 2026. A missão de Lira e aliados será tentar transformar o risco de cortes em uma demonstração de força — mas, até lá, o clima dentro da federação promete ser de tensão, cálculo e, inevitavelmente, degola.


