O governador de Alagoas, Paulo Dantas, declarou que está articulando medidas para apoiar o setor sucroalcooleiro e outros segmentos atingidos pela sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos a produtos brasileiros desde 6 de agosto. O açúcar, principal produto exportado pelo estado para o mercado norte-americano, está entre os mais impactados pela medida, que atinge aproximadamente 55% da pauta exportadora nacional para os EUA.

Segundo Dantas, cerca de 15% da produção alagoana derivada da cana-de-açúcar era destinada ao mercado norte-americano. Ele afirmou que já trabalha, em conjunto com o governo federal, na busca de novos destinos para esses produtos, visando evitar fechamento de empresas e queda no emprego.

O Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Alagoas (Sindaçúcar) alertou que a tarifa pode comprometer a sustentabilidade das usinas e impactar diretamente os 85 mil empregos diretos do setor. A entidade destacou que as exportações para os EUA, iniciadas nos anos 1960, ocorrem por meio de cotas preferenciais exclusivas para produtores do Norte e Nordeste, com Alagoas respondendo por cerca de 75 a 80 mil toneladas anuais — equivalente a 20% da receita do setor.

Estimativas da consultoria Datagro indicam que o aumento tarifário pode representar um custo adicional anual de US$ 27,9 milhões, tornando inviável financeiramente parte das exportações de açúcar para o mercado norte-americano.