Política
Arapiraca pode ficar mais uma vez sem nomes nas majoritárias em 2026
Um dos principais líderes políticos nascidos em Arapiraca, o ex-senador Rodrigo Cunha, já definiu outro caminho

A segunda maior cidade de Alagoas, Arapiraca, pode novamente ficar de fora das disputas majoritárias nas eleições de 2026. A tendência, segundo as movimentações atuais, é que o município não indique nomes competitivos para o Senado ou para o Governo do Estado, apesar de possuir lideranças com experiência e força política consolidada.
Um dos principais líderes políticos nascidos em Arapiraca, o ex-senador Rodrigo Cunha, já definiu outro caminho. Ele transferiu seu domicílio eleitoral para Maceió, abrindo mão do mandato no Senado para assumir o cargo de vice-prefeito da capital, ao lado de JHC.
O movimento, que faz parte de um projeto de sucessão já desenhado, no qual Cunha deve ser o candidato apoiado por JHC à Prefeitura de Maceió nas eleições do próximo ano, tirou a vaga que Arapiraca “tinha” no Senado.
Rodrigo Cunha foi o primeiro e único senador nascido em Arapiraca, eleito em 2018. Sua decisão de abandonar o mandato e redirecionar o foco político para Maceió encerra, ao menos temporariamente, a possibilidade da cidade ter um candidato a senador competitivo no próximo ano.
Outra liderança de peso, o prefeito Luciano Barbosa, tampouco deve se lançar em uma candidatura ao governo ou ao Senado.
Vice-governador de Renan Filho por dois mandatos, Luciano chegou a ser apontado como seu provável sucessor natural, caso tivesse permanecido no cargo. Em 2020, entretanto, ele optou por disputar a Prefeitura de Arapiraca, deixando o caminho livre para a ascensão de Paulo Dantas ao governo, na transição de 2022.
Hoje, Luciano Barbosa está concentrado na reeleição do filho Daniel Barbosa para a Câmara dos Deputados e trabalha para emplacar outro filho, Lucas Barbosa, como deputado estadual. O foco do gestor está voltado para a política proporcional e familiar, o que reduz ainda mais a perspectiva de Arapiraca figurar no primeiro escalão das próximas eleições.
Nesse cenário, a cidade volta a desempenhar papel periférico nas decisões das cúpulas partidárias. O cenário atual da sucessão estadual, inclusive, deve limitar o espaço de articulação para outros municípios além da capital.
Com a eventual candidatura de Renan Filho ao governo, o campo político se estreita, e o debate sobre vice e alianças passa a priorizar aspectos de fidelidade e composição partidária, e não mais a força geopolítica do interior.
Ainda assim, Arapiraca deve manter forte representação na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal. Nomes como Breno Albuquerque e Ricardo Nezinho, ambos com base no município, devem buscar a reeleição como deputados estaduais. Mas, por ora, o campo de disputa da cidade segue concentrado nas eleições proporcionais.
Sem fato novo, Arapiraca seguirá em 2026 como coadjuvante no jogo majoritário, uma situação que se repete ao longo da história e que contrasta com o peso econômico, populacional e administrativo que o município exerce em Alagoas.
