Política

Prefeita da "Laje" é acusada de dar calote em professores ao reduzir precatórios

Pagamento foi reduzido e 16 servidores foram supostamente excluídos

Por BR-104 27/05/2025 17h05 - Atualizado em 27/05/2025 17h05
Prefeita da 'Laje' é acusada de dar calote em professores ao  reduzir precatórios
Pagamento foi reduzido e 16 servidores foram excluídos por retaliação. - Foto: Reprodução

A gestão da prefeita Ângela Vanessa (PP), em São José da Laje, enfrenta sérias acusações de calote e perseguição política contra servidores da educação municipal. Professores denunciam que foram lesados após a prefeitura encaminhar e aprovar um projeto de lei que diminuiu drasticamente a parcela dos precatórios do Fundef destinada à categoria.

Antes fixado em 60% do total — conforme orientação histórica do extinto Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental — o percentual foi reduzido para aproximadamente 30%, o equivalente a R$ 6 milhões, segundo levantamento feito por representantes da classe.

O projeto foi aprovado sem consulta pública e com apoio da base aliada da prefeita na Câmara Municipal, incluindo vereadores próximos ao ex-prefeito Neno da Laje. A mudança repentina provocou revolta entre os profissionais, que denunciaram o caso como um grave ataque à valorização do magistério.

Além da redução do repasse, outro ponto que causou indignação foi a exclusão de 16 professores da lista de beneficiados. Entre eles, nove fazem parte da Comissão de Acompanhamento dos Precatórios do Fundef, formada por docentes que têm atuado publicamente na cobrança por transparência e justiça na divisão dos valores. Os demais também são reconhecidos como apoiadores do movimento.

Os educadores acusam a gestão municipal de utilizar critérios políticos para selecionar os beneficiados, premiando os aliados e penalizando aqueles que fizeram oposição à forma como os recursos foram administrados.

Durante a votação do projeto, a tensão tomou conta da Câmara. Houve tumulto, discussões e protestos por parte dos professores, que tentaram barrar o que chamam de “confisco institucionalizado” dos seus direitos.

O grupo prejudicado já anunciou que pretende acionar o Ministério Público de Alagoas (MP/AL) e buscar reparação na Justiça. Eles também cobram explicações públicas da prefeita e da Câmara sobre os critérios adotados para os pagamentos e exigem a reavaliação dos nomes excluídos.

O caso tomou grandes proporções e passou a repercutir em toda a região da Zona da Mata, onde o episódio é visto como exemplo preocupante da má aplicação dos recursos da educação e da fragilidade institucional dos professores diante da ingerência política.

Apesar das cobranças, até o momento a Prefeitura de São José da Laje e os vereadores envolvidos não se pronunciaram oficialmente sobre as denúncias.