Política

Renan quer barrar venda da Braskem: ” tem que pagar Maceió e AL primeiro”

“O valor que a Braskem deixou provisionado para compensar os danos ambientais não é suficiente", disse o senador

Por Blog do Edivaldo Júnior 31/03/2023 14h02 - Atualizado em 31/03/2023 16h04
Renan quer barrar venda da Braskem: ” tem que pagar Maceió e AL primeiro”
Senador Renan Calheiros - Foto: Reprodução

O senador Renan Calheiros acredita que a Petrobras não pode aumentar sua participação acionária na Braskem e nem a empresa poderá ser vendida antes de resolver as pendências que tem com Maceió e Alagoas. 

“O valor que a Braskem deixou provisionado para compensar os danos ambientais não é suficiente. A Petrobras pode até aumentar sua participação na companhia, mas antes é preciso que seja resolvido a pendência com o estado de Alagoas e sua capital”, aponta o senador. 

Entre as compensações, Renan defende que seja feita a construção de um novo bairro em Maceió. “É necessário o estado entrar com a infraestrutura mas a Braskem precisa compensar os mais de 200 mil alagoanos que foram prejudicados pelo desastre provocado pela empresa”, reforça. 

Um pronunciamento de Renan Calheiros ontem na tribuna do Senado, ganhou repercussão. O senador alagoano disse que antes da venda da companhia, é preciso que a Braskem acerte sua dívida com Maceió e com Alagoas, incluindo na compensação, além do Estado, outros municípios atingidos. 

“Preliminarmente, antes de qualquer coisa, antes de qualquer negociação envolvendo a Braskem – venda ou ampliação do capital da Petrobras – passamos primeiro pela necessidade da Braskem e da Petrobras em seguida honrarem o contrato social que assumiram com o Estado de Alagoas,” disse Renan. 

Para ele, “não dá para autorizar do ponto de vista deste Senado que se permita resolver o problema da Braskem sem que primeiro a Braskem pague a dívida com o Estado de Alagoas e a prefeitura de Maceió.” 

A Braskem segundo informações da companhia já pagou R$ 2,7 bilhões – em multas e indenizações do desastre que aparecem em seu balanço como “evento geológico” – em 2021, mais R$ 2,5 bilhões em 2022 e ainda carrega provisões de R$ 6,6 bilhões ligadas ao evento. 

Na avaliação de Renan “a Petrobras, acionista, também tem responsabilidade,” sobre o que ele classifica de maior crime ambiental do país. 

“Só para se ter uma ideia desse desastre brasileiro, a tragédia de Brumadinho atingiu 2,4 mil pessoas. O desastre geológico de Maceió impactou 200 mil pessoas. Os efeitos econômicos e sociais transcendem as áreas mais atingidas. Eles afetaram todo o estado de Alagoas. Antes que se imponha uma nova realidade acionária da Braskem, é preciso que essa empresa, sua nova controladora e mesmo a Petrobras assinem um contrato social com Alagoas e os alagoanos para honrar compromissos, além das indenizações já em andamento por demandas judiciais ou não. Se o solo cedeu pela irresponsabilidade, nós não cederemos.”, aponta Renan.