Política
Renan Calheiros articula extradição de Bolsonaro e abertura de CPI
“Bolsonaro pode e vai ser convocado. Tem que vir responder por crimes que cometeu", disse o senador

O presidente do senado por quatro vezes, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou, em entrevista ao Valor Econômico e à CNN que está trabalhando para que seja instalada, já no início do próximo mês, uma CPI para investigar os atos de terrorismo realizados por bolsonaristas neste domingo (8).
Segundo o senador, uma das primeiras medidas da CPI será o pedido de extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), caso ele não tenha voltado ao Brasil, para prestar depoimento no Congresso Nacional.
“Bolsonaro pode e vai ser convocado. Tem que vir responder por crimes que cometeu. Além disso, ele agora será investigado na primeira instância”.
Calheiros diz que a nova CPI não deve poupar ninguém, nem mesmo militares. “Tem que ser objetivo. Aqui é a oportunidade para investigar tudo. Quem nas Forças Armadas colaborou, quem no empresariado financiou esses atos, quem na classe política facilitou”.
Ele defendeu ainda a cassação de mandato de parlamentares que a CPI prove que tiveram participação no ato golpista, bem como a invetigação de Augusto Aras, Procurador Geral da República (PGR), por omissão.
Um dos motivos para pedir a CPI a partir de 1 de fevereiro, lembra o senador, é a mudança de legislatura na data. Com isso, pedidos de CPI que hoje estão na fila para instalação são arquivados, e a CPI dos atos golpistas teria precedência.
Inimigo político do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), Calheiros quer, contudo, manter a CPI restrita ao Senado. “Lira estava até ontem abraçado com Bolsonaro e querendo aprovar cargo de senador vitalício para ele”, argumenta.
Renan Calheiros é aliado político de longa data do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), tendo inclusive emplacado o senador eleito Renan Filho (MDB), seu primogênito, como ministro dos Transportes.
Outra medida que Calheiros articula, mas no âmbito partidário, é que o MDB expulse o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, da legenda. Ibaneis foi afastado do cargo por 90 dias pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, na madrugada desta segunda-feira.
*Com Valor
