Alagoas é, literalmente, um estado atípico na política brasileira. Tem dois políticos hoje, em lados opostos, com papel estratégico tanto no Congresso Nacional quanto no futuro governo federal, pelo papel de liderança que desempenham nacionalmente.

A polarização entre o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) e o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que já foi presidente do Congresso Nacional e teve papel destacado na campanha do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode, no entanto, “atrapalhar” Alagoas se os dois continuarem em clima de acirramento.

“Alagoas precisa do governo federal. É importante ter unidade de ação, trazendo de volta a interface governo federal e governo estadual, colocando na pauta obras estruturantes, como por exemplo o canal do sertão”, defende o deputado federal reeleito Paulão (PT).

Para ele, será mais fácil ajudar Alagoas se os palanques forem desarmados. “É preciso de mais. Está na hora de baixar bandeira bélica, que é própria do período eleitoral. Alagoas e o Brasil precisam de paz. No que puder contribuir, eu contribuo”, pondera.

Além do Canal do Sertão, Paulão cita outras obras importantes, que podem ser concluídas em Alagoas, a partir de um trabalho conjunto da bancada federal: “a duplicação da BR 101, por exemplo, ainda tem muitos trechos para serem feitos, a duplicação da AL 101 Norte, que tem papel relevante para o turismo. São obras que o governo federal pode restabelecer investimentos, além de fortalecer o Instituto Federal e a Universidade Federal, que hoje estão sofrendo pelo desmonte promovido pelo atual governo”, aponta.

Cargos

A distribuição de cargos federais nos Estados, aponta Paulão, só deve ser definida “depois que Lula nomear todos os ministros, mas defendo que partidos que ajudaram na eleição participem do governo”, aponta.

Paulão avalia ainda que alguns aliados no Congresso Nacional também podem ser contemplados. O PT também avalia como será sua participação no no novo governo de Paulo Dantas. Mas essa é outra história.