Política
“Baixa”: articulador de Rodrigo no 1o turno, deputado do UB grava para Paulo Dantas
O material que foi ao ar nessa quinta-feira (20/10) acusa Rodrigo Cunha e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) de interferência política no comando e ações da Polícia Federal do estado

É uma baixa inesperada na campanha do candidato do União Brasil ao governo de Alagoas, senador Rodrigo Cunha. O deputado estadual Davi Maia (UB) gravou vídeo para o guia eleitoral do candidato a governador do MDB, Paulo Dantas.
O material que foi ao ar nessa quinta-feira (20/10) acusa Rodrigo Cunha e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) de interferência política no comando e ações da Polícia Federal do estado.
O que surpreendeu no material foi o depoimento de Davi Maia. Um dos mais duros opositores do governo de Renan Filho, o deputado foi um dos principais articuladores da candidatura de Rodrigo Cunha ao governo e das chapas proporcionais do União Brasil.
Maia planejou a eleição da chapa do União Brasil com objetivo de eleger quatro estaduais. Foram eleitos apenas três e ele ficou na primeira suplência, mesmo tendo 26.697 votos, votação maior do que na eleição de 2018 (23.748 votos), numa chapa que chegou a ser esvaziada para “compensar” baixas na chapa de deputado federal.
Após a eleição, o afastamento do deputado foi notado pela ausência nos eventos de campanha de Rodrigo Cunha. Agora, a aparente saída dele representa baixa significativa no grupo de Rodrigo Cunha. Mas não deve ficar só nele. Outros nomes importantes do União Brasil, inclusive de candidatos que disputaram as eleições de 2 outubro, já deram sinais de que também devem apoiar Paulo Dantas no segundo turno das eleições.
Interferência
No vídeo que gravou para a campanha de Paulo Dantas, Davi Maia, também questionou a atuação da PF na operação Edema, que culminou no afastamento de Dantas do Executivo Estadual. A participação dele no guia eleitoral é simbólica. O deputado fazia não só oposição ao governo de Renan Filho, mas também integrava grupo dissidente na Assembleia Legislativa de Alagoas.
Durante o horário político, o candidato falou que Alagoas está vivendo uma das maiores armações políticas da história e que Rodrigo Cunha está tentando se aproveitar dessa ‘trama suja’.
Dantas lembra que, ainda no início do processo eleitoral, houve uma mudança sem justificativa no comando da Polícia Federal de Alagoas quando o superintendente foi exonerado, após denúncia de ingerência na instituição, e quem assumiu foi Juliana de Sá. Além disso, questiona que uma investigação de 2017, sob a responsabilidade da Polícia Civil, é assumida pela Polícia Federal.
O guia ainda apresenta um vídeo divulgado pelo deputado federal Arthur Lira – antes do final do primeiro turno das eleições – em que ele fala em público de uma operação que seria realizada em Alagoas. O vídeo foi divulgado em 1º de outubro, já a operação Edema, que culminou com o afastamento de Paulo Dantas do governo de Alagoas, ocorreu em 11 de outubro.
“Os integrantes e os acusados, e os delatados na Operação Edema, que nós vamos discutir ela bem muito agora no segundo turno”, disse Lira naquele dia. No entanto, por lei, as operações da Polícia Federal são sigilosas.
