Um disputa que vai além, muito além das urnas, pelo menos deste ano. Os dois podem se enfrentar em 2026 em busca de vagas no Senado, mas não parece ser esse o motivo da disputa que leva os dos mais influentes políticos de Alagoas no cenário nacional a trocarem, quase todos os dias, algum tido de acusação – pra dizer o mínimo.

Desafetos explícitos, o deputado federal Arthur Lira e o senador Renan Calheiros poderiam ter baixado o “tom” depois do primeiro turno, em 2 de outubro. Pelo contrário.

A disputa pelo governo de Alagoas, entre Paulo Dantas e Rodrigo Cunha, motiva novas e calorosas estocadas mútuas.

Arthur Lira, patrocina a candidatura de Rodrigo Cunha e reforça a narrativa de que Paulo Dantas foi afastado do governo por supostamente liderar um esquema de desvios de recursos na Assembleia Legislativa do Estado.

Renan Calheiros vai para o enfrentamento em defesa de Dantas, acusando Arthur Lira de interferência na Polícia Federal para beneficiar Cunha, de ser operador do Orçamento Secreto, e de envolvimento em outras denúncias de desvios de recursos.

As narrativas, com seus diversos desdobramentos, devem ser mantidas até o fim da campanha. Ao fim e ao cabo, o eleitor irá para a urna no dia 30 de outubro em meio a uma guerra de versões, que envolve troca de acusações entre delegados da PF e da Polícia Civil de Alagoas e uma batalha jurídica que ajuda a botar ainda mais lenha na fogueira.

Em meio a tantos disparos, Paulo Dantas e Rodrigo Cunha terão que se esforçar muito para não perder o tom da campanha, nem o contato com o eleitor. Afinal, será ele que definirá quem vai governador Alagoas pelos próximos quatro anos. Ou alguém aí duvida disso?