Política
STJ analisa se mantém ou revoga afastamento de Dantas nesta quinta-feira
Os 15 mais antigos ministros do tribunal, que integram turma responsável por casos que envolvem governadores participarão do julgamento

A ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, tomou uma decisão que resultou na Operação Edema, e, ocasionou o afastamento do governador de Alagoas, Paulo Dantas(MDB). Nesta quinta-feira (13), será analisada em sessão extraordinária da Corte Especial, que está marcada para começar às 14h, a manutenção ou revogação do afastamento de Paulo Dantas do cargo.
Os 15 mais antigos ministros do STJ, que integram a turma responsável por examinar os casos envolvendo governadores, participarão do julgamento por se tratar de cargos que possuem foro privilegiado no tribunal. Em casos como esse, a Corte Especial do STJ se reúne de forma extraordinária para avaliar o afastamento. Serão necessários ao menos 10 votos para confirmá-lo.
Cristiano Zanin Martins, que é o advogado que defendeu o ex-presidente Lula nos julgamentos da Operação Lava Jato, será responsável pela defesa de Paulo Dantas (MDB) na sessão que irá analisar, nesta quinta-feira (13), o afastamento do governador.
Quatro ministros relataram que a determinação de Laurita Vaz causou um mal-estar entre os membros do tribunal. Quatro ministros da Corte, ouvidos reservadamente, manifestaram receio com a repercussão do caso para a imagem do STJ em plena campanha eleitoral. Dois deles foram mais diretos – manifestaram “perplexidade” e “estranheza” com o momento escolhido pela colega para determinar a operação.
Esta decisão da ministra é do dia 5 de outubro, porém, a operação ocorreu na última terça-feira (10), a menos de 20 dias do segundo turno.
Um dos ministros questionou : “Como explicar que o governador de Alagoas foi afastado, enquanto o do Amazonas permanece no cargo após comprar respiradores em uma casa de vinhos?”, fazendo referência ao governador Wilson Lima (União Brasil), que se tornou réu por fraude na compra de respiradores ,e que segue no cargo e disputa a reeleição. “O momento é absolutamente inoportuno”, afirma outro ministro.
