Política
Lira afirma que ação movida por sua ex-companheira é uma tentativa de "desestabilizar uma candidatura respeitada"
Em argumentos, Cristine Rocha sustenta que o ex-marido não pode concorrer no pleito deste ano por estar impedido pela Lei da Ficha Limpa
Após a confirmação nas eleições deste ano, ex-esposa do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), Jullyene Cristine Lins Rocha, candidata a deputada federal pelo (MDB), move ação na justiça eleitoral de Alagoas para pedir a impugnação da candidatura dele nas eleições de outubro. Em resposta, o líder do Centrão argumenta que isso não passa de um “jogo sujo” para desestabilizar sua candidatura.
As informações foram divulgadas neste sábado (20), pelo blog Malu Gaspar, do jornal O Globo. Na ação, Cristine Rocha cita a condenação de Lira por improbidade administrativa em 2016, pelo TJ/AL. Ela sustenta que o ex-marido não pode concorrer no pleito deste ano por estar impedido pela Lei da Ficha Limpa.
Ainda segundo a publicação, mesmo que seja derrotado na Justiça local, o mandatário alagoano pode recorrer em outras instâncias e levar o caso ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) — e até mesmo ao Supremo Tribunal Federal.
Histórico
Lira foi condenado em segunda instância e, por uma liminar judicial, conseguiu se candidatar em 2018. Hoje, o caso corre em sigilo no STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Segredo de justiça
Em sua ação, Jullyene diz que o segredo de justiça impede confirmar se a corte chancelou a suspenção da condenação de Lira para que ele se candidate. "Desse modo, tem-se como pertinente a presente Impugnação, a fim de que, tomando esta Corte Regional Eleitoral conhecimento dos fatos acima narrados, possa empreender esforços no sentido de buscar, junto ao STJ, a atual situação da ação", diz a petição.
Conflito
Não é a primeira vez que Jullyene Lins e Lira estão envolvidos em imbróglios judiciais. A candidata já teve de apagar postagens nas redes sociais em que criticava e fazia acusações contra Lira, por ordem da Justiça Eleitoral. Lins também disse que foi usada como laranja pelo ex-marido e que ela teria sido agredida por ele.
Lei da improbidade
Nesta semana, o STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu que a nova lei de improbidade administrativa só deve valer para casos em andamento, impedindo a revisão em processos que já transitaram em julgado (sem possibilidade de recurso). A decisão foi acompanhada de perto por Lira porque beneficia políticos envolvidos em ações contra a administração pública que ainda não foram concluídas.
Em nota, o presidente da Câmara chamou a exposição do caso de "lamentável".
"Todos sabem que essa é mais uma ação articulada por adversários políticos em Alagoas, que buscam utilizar desse jogo sujo para tentar desestabilizar uma candidatura respeitada e que a cada eleição cresce na preferência popular", escreveu o deputado.
"Não hesitarei em processar toda e qualquer tentativa de mentira vindo da ré ou de quem a utilize para propagar propósitos escusos. Não tratarei desses assuntos através da imprensa. Toda posição será firmada perante a justiça, através dos meus advogados, que detém autonomia para propor as ações necessárias", concluiu Lira.
Com informações do UOL


