Política

Mônica Carvalho diz que abriu mão de candidatura para combater o bolsonarismo

A socióloga disse que, apesar de não ter padrinhos políticos, sua candidatura apresentou grande potencial de crescimento

Por Natália Brasileiro* 08/08/2022 10h10 - Atualizado em 08/08/2022 11h11
Mônica Carvalho diz que abriu mão de candidatura para combater o bolsonarismo
Socióloga Mônica Carvalho (Solidariedade). - Foto: Reprodução | Internet

Mônica Carvalho era a única mulher na disputa ao cargo de governador de Alagoas, quando no fim de julho, anunciou que estava abrindo mão de sua candidatura para apoiar junto ao Solidariedade, seu partido, o nome de Paulo Dantas (MDB) na corrida eleitoral.

Em entrevista ao Jornal de Alagoas, ela diz ter enfrentado um conjunto de adversidades, como a falta de recursos, o isolamento do Solidariedade na composição do período pré-eleitoral e o que chamou de "duro" e "real" silenciamento por parte da imprensa e institutos de pesquisa, "em sua maioria". Mesmo assim, ela acredita que esse período trouxe um resultado de sucesso.

Agora, pré-candidata à deputada estadual, e a socióloga e assistente social deixa claro que abriu mão da disputa com o principal objetivo de enfrentar o que chamou de "maior doença social que acomete hoje o mundo, o fascismo e, que no Brasil, recebe o nome de bolsonarismo".

Seu posicionamento político é evidente: Mônica tem como compromisso fazer parte da eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que concorre mais uma vez à presidência. Diante disso, se fez essencial que a sua desistência abrisse portas para o apoio à Paulo Dantas e Renan Filho (MDB), que concorrem ao governo e senado respectivamente, fortalecendo assim a base eleitoral do petista no estado.

"A responsabilidade política, ética e moral com o povo alagoano neste momento me diz que o enfrentamento ao bolsonarismo necessita nas terras daqui uma aliança que fortaleça aquele que em tempo se apresenta em acordo com o campo progressista, com mais força para que se vença os representantes deste novo segmento social (bolsonarismo)", disse, reforçando seu suporte à Dantas.

Mas se engana quem acredita que os 47 dias de campanha feitos pela socióloga foram em vão. De forma otimista, a agora pré-candidata a deputada federal acredita que sua jornada como "desconhecida", sem mandato, histórico de candidatura ou ascendentes políticos, apresentou grande potencial de crescimento, a levando do zero aos 3% nas pesquisas de intenção de voto, "falando de direitos humanos, evidenciando mulheres e a diversidade sexual, falando, sobretudo, de mobilidade social".

"[Isso] me faz entender que o povo de Alagoas quer para si um Governo que o veja gente e nunca, em momento algum, os veja gado ou massa de manobra".

Livre e provocativa, Mônica se colocou na vitrine política dando voz às mulheres e sabia que a caminhada não seria fácil. Ao entrar na disputa, concorrendo contra seis homens, a socióloga trouxe um forte debate à sua campanha: a violência contra a mulher na política.

"Hoje esse é um dos pontos mais discutidos nos coletivos de mulheres em Alagoas. Sou procurada por companheiras de diversos partidos diariamente para discutir a questão do protagonismo na vitrine eleitoral ou nas instâncias partidárias", explicou.

Suas crenças nas religiões de Matriz Africana a fazem acreditar em vários dos seus fundamentos, trazendo a forte tendência do Poder da Força Feminina para a sua campanha: "gerando a movimentação e a discussão de gênero nos partidos políticos para que possamos efetivar em números a presença feminina nos pleitos, congressos, palácios, partidos, sindicatos, agremiações, ruas em todos os tons", completou.

Formada em sociologia e assistência social, além de militante dos Direitos Humanos, sobretudo nas áreas das Políticas para Mulher, população LGBTQIA+ e questões étnico-raciais com foco em religiões de Matriz Africana, a pré-candidata a deputada federal atua defendendo diretamente diferentes grupos, sendo este o principal motivo de seu potencial de crescimento eleitoral.

*Estagiária sob supervisão da editoria