Política

Embate de Renan com Arthur “desidrata” Rodrigo e fortalece Collor

A saída sem aviso do PSDB não foi bem recebida no ninho tucano

Por Blog do Edivaldo Junior 09/06/2022 06h06
Embate de Renan com Arthur “desidrata” Rodrigo e fortalece Collor
Fernando Collor - Foto: Reprodução

O senador Rodrigo Cunha começou a pré-campanha ao governo liderando as pesquisas com “folga”. Em dezembro, teve de 32,2% a 36,9% das citações no Paraná Pesquisas dependendo do cenário.

A partir daí, o pré-candidato do governo conseguiu se consolidar como nome de uma ampla coligação, articulada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PL).

Contando com o apoio do bem avaliado prefeito da capital, JHC, Rodrigo Cunha passou a atuar em duas frentes.

No marketing lançou uma campanha de prestação de contas de seu mandato, para mostrar que fez mais do que as pessoas imaginam.

Na política passou a buscar o apoio de prefeitos do interior, contado com a ajuda da deputada estadual Jó Pereira, pré-candidata a vice-governadora que assumiu o papel de articuladora da chapa.

A filiação de Cunha ao União Brasil, no “apagar das luzes”, no entanto, parece ter sido o ponto que marca o início de aparente desidratação de sua pré-campanha.

A saída sem aviso do PSDB não foi bem recebida no ninho tucano. Pior, o partido ficou inviabilizado e agora deve anunciar aliança com o MDB de Paulo Dantas.

O senador do UB também saiu perdendo – literalmente – na judicialização da eleição indireta de governador na Assembleia Legislativa de Alagoas, realizada no dia 15 de maio.

As dificuldades visíveis no diálogo com lideranças políticas e a falta de uma agenda mais efetiva de campanha parecem afetar a pré-candidatura de Rodrigo Cunha.

Na última pesquisa registrada, a do Data Sensus, de 30 de maio, ele caiu para 24%, apenas três pontos a frente do governador Paulo Dantas e cinco a frente de Rui Palmeira.

Para piorar, Rodrigo Cunha deve enfrentar um novo “pesadelo” nos próximos dias. O senador Fernando Collor vai lançar sua pré-candidatura ao governo com a missão de montar o palanque de Bolsonaro em Alagoas.

A desidratação de Rodrigo Cunha, que não se definiu em relação a Bolsonaro, abre espaço para o fortalecimento de Collor que avança – rapidamente – para conquistar prefeitos e outros líderes políticos bolsonaristas ligados a Arthur Lira.

Nada disso parece ser por acaso. O embate entre o senador Renan Calheiros e o presidente da Câmara dos Deputados parece ter sido o início da desidratação de Rodrigo Cunha.

O senador exposto em meio ao imbróglio como um político que “abandonou” seu partido, em busca de “vantagens”. A aliança velada com a “velha política” também não caiu bem para quem foi eleito, quatro anos atrás com o discurso de “nova política”.

Para piorar, Rodrigo Cunha enfrenta problemas internos, como a definição do candidato ao Senado de sua chapa (Ronaldo Lessa ou Davi Davino Filho?) e a provável impossibilidade de contar com Jó Pereira como sua candidata vice.

Os próximos dias serão decisivos para Cunha. Ainda esta semana, está prevista divulgação de nova sondagem do Paraná Pesquisas, o anúncio do rompimento do PSDB, seu antigo partido e atual partido de Jó Pereira. Na próxima terça-feira, 14, já está confirmado o lançamento da pré-candidatura de Fernando Collor.

São movimentos importantes que podem provocar uma nova reviravolta na eleição de governo este ano. Mas essa é outra história.