Política

Operação “calma Lessa” expõe brecha na articulação do grupo de Rodrigo Cunha

O vice de JHC deu entrevista na segunda-feira confirmando a conversa que teve com Rui Palmeira

Por Blog de Edivaldo Junior 20/04/2022 05h05
Operação “calma Lessa” expõe brecha na articulação do grupo de Rodrigo Cunha
Ronaldo Lessa - Foto: Reprodução

É a síndrome do cobertor curto. Puxa de um lado, descobre o outro. Ao deixar Ronaldo Lessa fora das articulações na montagem da chapa do pré-candidato ao governo do União Brasil, os estrategistas do grupo abriram o flanco – literalmente.

O senador Rodrigo Cunha foi para o UB a convite de Arthur Lira. O objetivo era reunir, com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, grandes partidos na coligação – a começar pelo UB, PP, PL, PSDB, Cidadania, PSB e PDT. Juntas estas legendas representam metade do tempo de rádio e TV, um ativo ainda muito valorizado nas eleições brasileiras.

Nem tudo, no entanto, está saindo como esperado. Após fechamento da janela partidária, em 2 de abril, o ex-deputado federal Régis Cavalcante teve o nome lançado como pré-candidato a governador pela Federação PSDB/CID. Já o PL vai se posicionar em Alagoas depois de “ouvir” o presidente Jair Bolsonaro.

O vice-prefeito de Maceió, ex-governador Ronaldo Lessa, presidente do PDT em Alagoas, abriu diálogo na semana passada com Rui Palmeira. Foi o suficiente para ele ser chamado as pressas numa reunião na Barra de São Miguel no último final de semana, que teria contado com participações de Arthur Lira, JHC e Rodrigo Cunha (informação que circula nos bastidores, sem confirmação).

A operação “calma Lessa” parece ter dado resultado. O vice de JHC deu entrevista na segunda-feira confirmando a conversa que teve com Rui Palmeira, mas adiantando que por enquanto fica no grupo de Rodrigo Cunha.

“O Rodrigo teve uma ascensão muito rápida. É com quem a gente fez a eleição que nos trouxe a prefeitura. Vamos continuar juntos”, disse Ronaldo Lessa na entrevista.

Vice ou senador?


A partir da reunião na Barra, Lessa voltou a ser ouvido no círculo de decisões, incluindo segundo diferentes versões a possibilidade de disputar o Senado ou até mesmo vaga de vice-governador – se não houver possibilidade de coligação entre UB e Federação PSDB/CID (nesse caso a candidata seria Jó Pereira).

O problema é que o grupo já definiu que o candidato a senador será o deputado estadual Davi Davino Filho (PP). Ou seja, Lessa pode ficar quieto agora, mas essa equação terá que ser resolvida. E sem demora. Mas essa é outra história.