Política

Paulão e JHC, o PT e o PSB “juntos”: a reviravolta partidária em Alagoas

Prazo para que os partidos confirmem a aliança acaba em 2 de abril

Por Blog Edivaldo Júnior 09/12/2021 08h08 - Atualizado em 09/12/2021 08h08
Paulão e JHC, o PT e o PSB “juntos”: a reviravolta partidária em Alagoas
Prefeito de Maceió JHC (PSB) e Deputado federal Paulão (PT) - Foto: Arquivo

Em Alagoas o PT anda mais próximo historicamente do MDB dos Renans. Já o PSB vem de aliança vitoriosa com o PSDB nas últimas duas eleições. Considerando a conjuntura local, as chances de unir, no mesmo palanque, o deputado federal Paulão (PT) e o prefeito de Maceió (PSB) eram inimagináveis. Eram…

Principais líderes do PT e PSB no Estado, Paulão e João Henrique Caldas nem sequer conversaram – ou pensaram nessa possibilidade – sobre aliança para 2022. Mas o fato é que ambos poderão subir no mesmo palanque no próximo ano. Isso se continuarem em seus partidos.

PT e PSB avançam na formação de uma grande federação partidária, que deverá incluir ainda o PCdoB. O prazo para que os partidos confirmem a aliança acaba em 2 de abril, mas o processo está avançando rapidamente e as negociações devem ser concluídas nas próximas semanas.

O partido de JHC aprovou a formação da federação com o PT nessa quarta-feira (8), durante reunião do diretório nacional. Deputados federais da bancada do PSB já haviam aprovado a federação com PT e PC do B na semana passada. Outros partidos, a exemplo do PSOL, também podem federar.

Leia mais: Deputados aprovam formação de federação entre PT, PSB e PCdoB

A federação foi aprovada em setembro passado e permite que dois ou mais partidos forme uma aliança de caráter nacional que deverá durar, no mínimo, quatro anos. A partir daí, passam a atuar como um só nas eleições.

De um lado, a federação dará a Paulão e ao ex-deputado federal João Caldas (ambos vão disputar as eleições de deputado federal em 22) a condição de formar uma chapa competitiva, com condições de eleger dois federais.

Do outro, essa aliança PT, PSB e PCdoB, será um problema para ambos. Como o PSD poderá dar apoio a candidatura de Rodrigo Cunha (PSDB) ao governo se estiver numa federação com o PT. E como o PT poderá apoiar uma eventual candidatura de Renan Filho ao Senado se o estiver no mesmo bloco de JHC?

E não adianta reclamar. Aos dois só resta, uma vez estabelecida a federação, concordar com a aliança ou mudar de partido. E como nem “J”, nem Paulão dão sinais de que pretendem trocar de legenda, poderemos ver uma reviravolta na política alagoana, com um inesperado realinhamento das forças políticas do Estado.

E claro, que só para complicar um pouco mais toda essa história, teremos a eleição de presidente. O MDB do governador Renan Filho lançou a pré-candidatura da senadora Simone Tebet à presidência. Resta saber em qual palanque Lula subirá em Alagoas. Mas essa é outra história.