Política

STF envia para Justiça Eleitoral processo da Lava-Jato contra Eduardo Cunha

Durante a votação, houve um empate de votos, mas venceu o entendimento do ministro Ricardo Lewandowski, para quem houve usurpação da competência da Justiça Eleitoral pela Justiça Federal

Por Redação com Metrópoles 14/09/2021 18h06 - Atualizado em 14/09/2021 18h06
STF envia para Justiça Eleitoral processo da Lava-Jato contra Eduardo Cunha
Ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB-RJ) - Foto: Reprodução

A Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) enviou para Justiça Eleitoral, nesta terça-feira (14), uma acusação da Operação Lava Jato contra o ex-deputado federal Eduardo Cunha por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas na venda de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África. Foi reconhecida a incompetência da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba para analisar o caso e pode impactar nas condenações do ex-presidente da Câmara.

Durante a votação, houve um empate de votos, sendo dois votos a favor e dois contrários. Venceu o entendimento do ministro Ricardo Lewandowski, para quem houve usurpação da competência da Justiça Eleitoral pela Justiça Federal. Ele foi acompanhado pelo minsitro Gilmar Mendes.

Os ministros Nunes Marques e Edson Fachin divergiram da posição dos colegas. No entanto, na esfera penal, em casos de empate, prevalece o resultado mais benéfico ao réu. Agora, caberá à Justiça Eleitoral do Rio de Janeiro avaliar se mantém os atos praticados pelo ex-juiz Sergio Moro.

Condenação

Em março de 2017, Cunha foi condenado pelo então responsável pela 13ª Vara por corrupção passiva por ter recebido US$ 1,5 milhão da compra pela Petrobras de um bloco de exploração de petróleo no país africano.

Em nota, a defesa de Cunha afirmou que “a decisão da Suprema Corte corrige uma injustiça histórica, deixando claro que a Lava Jato atuou de forma abusiva e perseguiu Eduardo Cunha”.

O Supremo sana uma usurpação gravíssima efetuada pela 13a Vara Federal de Curitiba e dá à Justiça Eleitoral a competência que sempre foi sua”, diz o texto assinado pelos advogados Ticiano Figueiredo, Pedro Ivo Velloso, Delio Lins e Silva Júnior, Rafael Guedes de Castro, Aury Lopes Júnior.