Política

Randolfe diz que CPI questionará o governo sobre aglomeração provocada por Bolsonaro

Por Redação com Extra 24/05/2021 07h07
Randolfe diz que CPI questionará o governo sobre aglomeração provocada por Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro ao lado do ex-mnistro da Saúde Eduardo Pazuello Foto: ANDRE BORGES / AFP

Pressionado pela CPI da Covid no Senado e pela entrada do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no xadrez eleitoral para 2022, o presidente Jair Bolsonaro intensificou a agenda de viagens com atos que, além de descumprirem normas sanitárias contra o coronavírus, assemelham-se cada vez mais a comícios de campanha. Ontem, como já havia feito em Brasília, ele participou de um passeio de moto com motociclistas no Rio.

A “motociata” passou por diversos bairros da cidade. Grande parte dos motociclistas que acompanharam o presidente era de integrantes de motoclubes, que buzinavam e carregavam bandeiras do Brasil. A manifestação também gerou reações contrárias, com vaias, panelaços e palavras de ordem contra o presidente sendo ouvidos em trechos do trajeto.

Sem máscara, Bolsonaro fez um discurso de pouco mais de cinco minutos para os apoiadores. Ao lado dele no palanque, também sem usar máscara, estava o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello, que na última semana atuou para blindar o presidente de responsabilidade pelas falhas do país no combate à pandemia em seus dois dias de depoimento à CPI da Covid. No ato de ontem, Bolsonaro agradeceu a presença dos apoiadores.

"Temos que agradecer à nossa direita, àqueles que defendem a família, a Pátria e que têm Deus no coração", discursou o presidente.

A participação de Bolsonaro no ato gerou reação de membros da CPI da Covid. O vice-presidente da comissão, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou ontem ao G1 que a CPI vai pedir informações ao governo e à prefeitura do Rio sobre a aglomeração provocada pelo presidente. Um decreto municipal mantém proibida a realização de eventos em áreas públicas até o dia 31 de maio. Além disso, o uso de máscaras é obrigatório no estado. Na semana passada, Bolsonaro chegou a ser multado pelo governo do Maranhão por provocar aglomerações e não usar máscara no estado, onde foram detectados os primeiros casos da variante indiana do coronavírus no Brasil.