Polícia

MPAL desarticula grupo acusado de fraudes fiscais milionárias no comércio de trigo em Alagoas

Operação Ceres cumpre 13 mandados em Maceió e Arapiraca e investiga uso de “laranjas” em empresas que teriam causado prejuízo de mais de R$ 16 milhões ao Estado

Por Esther Barros 16/10/2025 07h07
MPAL desarticula grupo acusado de fraudes fiscais milionárias no comércio de trigo em Alagoas
Operação Policial - Foto: Assessoria

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MPAL), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (Gaesf), deflagrou nesta quinta-feira (16) a Operação Ceres, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes fiscais, falsificação de documentos e irregularidades societárias em empresas atacadistas de alimentos.

Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, sendo oito em endereços de pessoas físicas e cinco em empresas, nas cidades de Maceió e Arapiraca, conforme determinação da 17ª Vara Criminal da Capital.

As investigações tiveram início a partir de informações da Secretaria da Fazenda de Alagoas (Sefaz/AL), que identificou indícios de crimes contra a ordem tributária, falsidade ideológica e formação de organização criminosa. Segundo o MPAL, as empresas envolvidas atuavam principalmente no comércio de farinha de trigo, utilizando “laranjas” como sócios para ocultar os verdadeiros beneficiários do esquema.

De acordo com o Gaesf, as pessoas indicadas como proprietárias das empresas não possuíam renda compatível com as movimentações financeiras, o que reforça a suspeita de uso de interpostas pessoas. As fraudes contavam ainda com a participação de profissionais da área contábil, responsáveis por viabilizar a omissão e a manipulação de dados fiscais.

As empresas investigadas possuem dívidas ativas que somam R$ 3,4 milhões, além de pendências administrativas que ultrapassam R$ 16 milhões, configurando um expressivo prejuízo aos cofres públicos.

A operação contou com o apoio da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), das Polícias Civil e Militar e da Polícia Científica.

O nome “Ceres” faz referência à deusa romana da agricultura, símbolo da fertilidade e das colheitas, em alusão ao trigo, produto central nas atividades do grupo investigado.

*Com informações Assessoria