Um morador de Alagoas é um dos casos suspeitos de intoxicação por metanol que estão sendo investigados em Pernambuco. A informação foi divulgada pela Secretaria de Defesa Social (SDS) em uma coletiva de imprensa realizada nesta segunda-feira, 13, em Recife. Até o momento, três casos foram confirmados no município de Lajedo, localizado no Agreste pernambucano, dos quais dois resultaram em mortes e um em cegueira permanente.

De acordo com José Lancart, diretor de Vigilância Epidemiológica de Pernambuco, dos 48 casos notificados até agora, 45 envolvem pessoas do estado de Pernambuco, dois são de São Paulo e um é de Alagoas. O caso alagoano ainda está sendo submetido a exames laboratoriais e análise clínica para confirmar ou excluir a intoxicação por metanol.

As investigações estão sendo conduzidas em conjunto entre os governos estaduais e o Ministério da Saúde. Segundo especialistas, o uísque consumido pelas vítimas tinha uma concentração de metanol 300 vezes maior do que o limite legal permitido. Em um dos casos, o nível de metanol no sangue foi cinco vezes superior ao limite necessário para iniciar o tratamento.

As vítimas confirmadas de intoxicação em Lajedo são: Celso da Silva, 43 anos, que faleceu no dia 9 de setembro; Marcelo dos Santos Calado, 32 anos, que sobreviveu, mas perdeu a visão; e Jonas da Silva Filho, que morreu antes de ser transferido para o hospital.

Durante a coletiva, a SDS também informou a prisão de um homem de 40 anos, natural de São Bento do Una, suspeito de ter trazido as bebidas adulteradas de São Paulo. Ele foi detido no sábado, 11, e, em uma propriedade de sua mãe, a polícia encontrou mais de 700 litros de bebidas. O delegado Éverton Bastos revelou que o suspeito já tinha antecedentes criminais por receptação e importação ilegal de cargas.

O motorista responsável pelo transporte da carga morreu em um acidente no final de setembro, e a polícia investiga a possibilidade de uma conexão entre o acidente e a adulteração das bebidas. As autoridades alertam a população de Pernambuco e Alagoas sobre os riscos de consumir bebidas de origem duvidosa, especialmente aquelas sem rótulo ou comercializadas de forma informal. A carga suspeita pode ter sido distribuída em municípios próximos à divisa dos dois estados.

As investigações continuam com o apoio das polícias civis de Pernambuco e Alagoas, do Instituto de Criminalística e do Ministério da Saúde.