Polícia

PF prende “Careca do INSS” e Maurício Camisotti em nova fase da Operação Sem Desconto

Ação cumpre mandados em São Paulo e no Distrito Federal e investiga fraudes em descontos de aposentados e pensionistas do INSS

Por Redação com agências 12/09/2025 09h09
PF prende “Careca do INSS” e Maurício Camisotti em nova fase da Operação Sem Desconto
PF prende “Careca do INSS” e Camisotti em nova fase da Operação Sem Desconto - Foto: Reprodução

A Polícia Federal prendeu nesta sexta-feira (12), em Brasília, Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”. Ele é apontado como um dos principais operadores do esquema investigado pela Operação Sem Desconto, que apura fraudes em descontos irregulares de aposentados e pensionistas.

No mesmo dia, em São Paulo, a PF também prendeu o empresário Maurício Camisotti, suspeito de integrar o esquema. A nova fase da investigação foi batizada de “Operação Cambota” e conta com dois mandados de prisão preventiva e 13 de busca e apreensão.

As ordens foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal e cumpridas em endereços de São Paulo e do Distrito Federal. A apuração busca esclarecer crimes como obstrução de investigação, ocultação de patrimônio e pagamentos ilícitos para servidores públicos.

Antunes, que atua no ramo de marketing, é acusado de servir como elo entre entidades associativas e dirigentes do INSS. Segundo a PF, ele teria intermediado repasses milionários e pago propinas em troca de acesso a dados de beneficiários.

Documentos da operação apontam que pessoas físicas e jurídicas ligadas ao empresário movimentaram mais de R$ 53 milhões. Parte desses valores teria sido repassada a servidores do INSS, o que reforça a suspeita de corrupção e de uso de empresas para ocultar a origem dos recursos.

O escândalo foi revelado por reportagens publicadas em 2023, que mostraram como entidades multiplicaram a arrecadação com mensalidades de aposentados. As associações, entretanto, acumulam milhares de processos por fraudes em filiações.

Entre os indícios coletados, a PF cita pagamentos de R$ 1,4 milhão a um ex-diretor de benefícios do INSS e R$ 7,5 milhões a um procurador do órgão. O nome de empresas como a Prospect Consultoria aparece nas investigações como intermediárias no fluxo de recursos.

A defesa de Maurício Camisotti divulgou nota afirmando que sua prisão é arbitrária e que não há fundamentos para a medida. Os advogados também criticaram a apreensão do celular do empresário enquanto ele falava com seu defensor, alegando violação de garantias constitucionais.