Polícia

Filho denunciou histórico violento de major da PMAL 6 meses antes do duplo homicídio: "Ameaçou matar a família"

Após a prisão de Pedro Silva, em janeiro deste ano, filho do major relatou temer pela vida de sua família caso o mesmo fosse solto

Por Redação 09/06/2025 11h11
Filho denunciou histórico violento de major da PMAL 6 meses antes do duplo homicídio: 'Ameaçou matar a família'
Major Pedro Silva foi denunciado pelo filho diante do histórico de agressões contra a ex-esposa - Foto: Cortesia ao Jornal de Alagoas

Em um caso que chocou a população maceioense, o major aposentado da Polícia Militar, Pedro Silva, de 58 anos, invadiu a residência da ex-companheira, Valquíria Pereira do Senna Silva, fez cinco pessoas reféns e assassinou o filho e seu ex-cunhado no local, na noite do último sábado (7).

Apesar da brutalidade, o crime havia sido anunciado pelo filho mais velho do casal, Pablo Victor Pereira Silva, que já havia denunciado o pai anteriormente com exclusividade ao Jornal de Alagoas, relatando as ameaças, agressões e antecipando a tragédia.

No início deste ano, logo após a prisão do pai, que ocorreu em 10 de janeiro, Pablo relatou as agressões que ocorriam à sua mãe por mais de 20 anos e temia uma eventual soltura e perseguição do major à família.

“Peço que as autoridades não permitam que ele use sua influência como militar para ser solto. Ele já ameaçou minha família de morte inúmeras vezes. Não é justo que um homem que agride uma mulher por 20 anos fique impune”, disse Pablo na época, temendo que o major usasse de sua influência para ser solto.

Pablo revelou ainda relatos dos abusos que presenciou ao longo de sua infância e o medo que sempre carregou de denunciá-lo por temer represálias.

“Quando eu tinha 10 anos, vi meu pai colocar fogo nas roupas da minha mãe no quintal. Aos 12, ouvi gritos dela e a encontrei com marcas de agressão e cabelos arrancados. Chamei a polícia, mas nada foi feito por ele ser militar. Desde criança, eu tinha medo de denunciá-lo, temendo por nossas vidas”, afirmou.

Além das agressões constantes, Pedro ameaçava matar Valquíria caso dessem seguimento com as denúncias. Pablo relata ainda que o pai mantinha armas de fogo em casa e as utilizava para intimidar a família.

Prisão por violência doméstica e sequestro no Prado


No dia 10 de janeiro deste ano, Pedro Silva foi preso após ser acusado de agredir a esposa e ameaçar familiares na cidade de Palmeira dos Índios. Na ocasião, o mesmo agrediu Valquíria, deixando-a com hematomas visíveis no rosto.

Após o crime, o major chegou a fugir em direção a Maceió, mas foi preso e detido com base na Lei Maria da Penha. No dia 13 de janeiro foi realizada a audiência de custódia e decretada a prisão preventiva do militar.

No último sábado (7), o major Pedro fugiu da Academia Militar, local onde estava detido, e invadiu a casa da ex-companheira, no bairro do Prado, em Maceió, onde fez cinco reféns.

Entre os reféns estavam a ex-mulher do major, a irmã e o irmão dela, e duas crianças de 2 e 10 anos, filhos de Pedro. As negociações para liberação dos reféns foram realizadas pelo Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), com auxílio da filha mais velha do PM, de 32 anos.

No local, Pedro matou o filho, Pierre Victor Pereira Silva, de apenas 10 anos, e seu ex-cunhado, Altamir Moura Galvão de Lima, de 61 anos, sargento reformado da Polícia Militar.

O encerramento do sequestro se deu com a intervenção da polícia, que resultou na morte do major.

As autoridades investigam agora como o major fugiu da prisão e a dinâmica dos assassinatos dentro do imóvel.