Polícia

PMs são afastados após morte de adolescente em abordagem em Palmeira dos Índios

SSP e PM anunciam investigações para apurar conduta dos policiais que mataram Gabriel Lincoln, de 16 anos

Por Redação 06/05/2025 17h05
PMs são afastados após morte de adolescente em abordagem em Palmeira dos Índios
Secretário Flávio Saraiva e comandante Paulo Amorim recebem familiares do jovem Gabriel Lincoln - Foto: Agência Alagoas

A morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, durante uma abordagem policial no último sábado (3) em Palmeira dos Índios, motivou o afastamento dos policiais envolvidos e a abertura de inquéritos para apuração do caso. A medida foi anunciada pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e pela Polícia Militar de Alagoas (PMAL) nesta terça-feira (6), em encontro com familiares da vítima.

De acordo com o comandante-geral da PM, coronel Paulo Amorim, os policiais da guarnição envolvida foram retirados das atividades ostensivas e passarão a atuar em funções administrativas enquanto durarem as investigações. “Essa é uma medida protocolar para situações como essa, adotada para garantirmos a transparência e a imparcialidade das apurações”, afirmou o comandante, durante reunião com os familiares na Academia da PM, em Maceió.

No encontro, também estiveram presentes o secretário de Segurança Pública, Flávio Saraiva; o pai da vítima, Cícero Bezerra; a tia, Flávia Ferreira; e o advogado da família, Gilmar Torres. O secretário anunciou que será criada uma comissão de delegados para conduzir a investigação do caso.

“Meu único pedido é que a investigação aconteça de forma isenta e que a verdade apareça. É isso que a gente precisa como família: saber o que realmente aconteceu com o meu filho”, declarou Cícero Bezerra.

A versão apresentada pela Polícia Militar relata que Gabriel estava praticando manobras perigosas com uma motocicleta, incluindo avanço em sinal vermelho. Segundo os militares, durante a tentativa de abordagem, houve disparos contra a guarnição, que revidou. Gabriel teria sido atingido nas proximidades do Bar do Guega e, segundo os policiais, portava um revólver calibre 38. Ele foi socorrido até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), mas não resistiu aos ferimentos.

A família contesta essa versão. A tia do adolescente, Flávia Ferreira, afirmou que Gabriel não tinha qualquer envolvimento com atividades criminosas e havia saído de casa apenas para comprar alimentos destinados à lanchonete da família. “Ele se assustou com a abordagem e acelerou. Não estava armado. Ele era um menino trabalhador”, afirmou.

O caso será apurado simultaneamente por um Inquérito Policial Militar (IPM), instaurado pela corporação, e por um inquérito conduzido pela comissão de delegados da Polícia Civil, conforme anunciado pela SSP.