Polícia
Justiça nega devolução de joias a dentista acusado de chefiar tráfico de drogas em Maceió
Jair Veloso, investigado por lavagem de dinheiro e movimentações milionárias, teve pedido rejeitado pelo TJAL

O Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL) negou, nesta última quarta-feira (9), o pedido de Jair Veloso da Silva Filho — dentista acusado de liderar uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas — para devolução de bens de alto valor apreendidos em operação policial. Entre os itens estão joias em ouro, pingentes, anéis, correntes de prata, um relógio, aparelhos celulares, além de valores bloqueados e imóveis sequestrados.
A defesa alegou que não caberia ao acusado comprovar a origem lícita dos bens, mas sim à acusação provar a ilicitude, sustentando que a apreensão seria "desnecessária". No entanto, os desembargadores da Câmara Criminal do TJAL consideraram o sequestro devidamente fundamentado com base em indícios robustos da origem ilícita, apontados por quebras de sigilo bancário e interceptações telefônicas.
As investigações revelaram movimentações financeiras superiores a R$ 3 milhões nas contas de Jair Veloso entre 2016 e 2021 — quantia considerada incompatível com sua renda declarada como dentista, especialmente pelo fato de ter cumprido pena em regime fechado entre 2014 e 2018.
Além do tráfico de drogas, Jair é investigado por envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro por meio da compra de gado, alegando falsamente ser pecuarista. Segundo a denúncia, ele aproveitou o regime semiaberto para se especializar no comércio ilegal de cocaína.
O Ministério Público detalha ainda que Jair adotava estratégias para dificultar o rastreamento de suas atividades, como a troca frequente de aparelhos celulares e números de telefone — a cada 15 dias. Mesmo assim, a polícia conseguiu reunir provas contundentes de sua continuidade no tráfico e de um estilo de vida incompatível com sua profissão.
Entre os bens de alto padrão que estariam em nome de Jair ou de terceiros, destacam-se imóveis em áreas nobres de Maceió, como a Jatiúca, além de veículos e artigos de luxo, todos sob suspeita de aquisição com dinheiro proveniente do tráfico.
As investigações seguem em andamento, e Jair Veloso responde por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
