Polícia

PF investiga fraude na compra de medicamentos no Ministério da Saúde

Aquisições teriam sido feitas entre os anos de 2016 e 2018

Por Redação com CNN Brasil 21/09/2021 14h02 - Atualizado em 21/09/2021 14h02
PF investiga fraude na compra de medicamentos no Ministério da Saúde
Imagem ilustrativa - Foto: Reprodução

A Polícia Federal inicia nesta terça-feira (21) a Operação Pés de Barro, que investiga suspeitas de fraudes na aquisição de medicamentos de alto custo pelo Ministério da Saúde entre os anos de 2016 e 2018. Líder do governo Jair Bolsonaro na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR) era ministro da pasta em parte do período investigado.

Sessenta e um policiais federais estão trabalhando na operação e cumprem 15 mandados de busca e apreensão nos estados de Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, São Paulo e em Brasília.

A investigação trata de uma relação de cinco medicamentos que o governo federal foi obrigado a adquirir por decisões judiciais, que foram movidas por pacientes que exigiram o fornecimento do medicamento alegando direito à saúde.

Segundo informações da PF, há indícios de fraude na compra desses medicamentos pela Diretoria de Logística, havendo pagamentos antecipados irregulares, favorecimento de empresas específicas e atrasos que comprometeram a saúde dos pacientes, tendo inclusive 14 deles morrido em razão da demora. A estimativa é de um prejuízo de mais de R$ 20 milhões

Os envolvidos podem responder pelos crimes de fraude à licitação, estelionato, falsidade ideológica, corrupção passiva, prevaricação, advocacia administrativa e corrupção ativa”, afirma a Polícia Federal, em nota.

Em nota, Ricardo Barros, que foi ministro da Saúde no governo Michel Temer (MDB), se defendeu e afirmou que “não se comprovará qualquer irregularidade” na conduta dele.

As compras foram feitas dentro das normas legais, sob decisões judiciais favoráveis e provocaram mudança na posição da Anvisa, que deixou de exigir licença de importação para medicamentos judicializados. Não há relação das mortes com a entrega de medicamentos. Não houve irregularidade. Economizamos R$ 5 bilhões com a renegociação de contratos, compras de medicamentos e insumos. Os valores foram reinvestidos no SUS. Processos que afrontaram grandes interesses, mas promoveram mais serviços à população”, salientou.