Economia

Preço dos combustíveis prejudica renda de motoristas de aplicativos

Categoria amplia jornada de trabalho para evitar queda no faturamento

Por Redação com Novo Extra 16/02/2021 15h03
Preço dos combustíveis prejudica renda de motoristas de aplicativos

O quadro é geral no país. A alta de preço dos combustíveis está estrangulando os ganhos dos motoristas de aplicativo como Uber e 99. Em Maceió, a receita para uma hora de trabalho fica em torno de R$ 20. A renda mensal oscila em mais ou menos de R$ 2.100,00. Para driblar o aumento de despesa, os motoristas estão fazendo jornadas cada vez mais longas de trabalho.

Em janeiro, a gasolina subiu 2,17%, acima da inflação média de 0,25% no país. Como esses profissionais precisam encher o tanque diariamente, cada aumento de preço é uma mordida na remuneração deles. Segundo pesquisa da ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis), em quatro semanas, o preço do litro da gasolina subiu 4,3%, atingindo R$ 4,769. Na capital alagoana, a média é de R$ 4,98 o litro.

Mesmo o abastecimento com etanol subiu 2,79% num mês, passando para R$ 3,289, em média, o litro. Já o aumento do diesel, criticado pelos caminhoneiros, ficou em 2,09%, indo para R$ 3,762.Como os motoristas das empresas de aplicativos são autônomos, eles arcam com todas as despesas, além do combustível, como a manutenção do veículo com substituição de peças, seguro etc.

Os motoristas pagam um percentual de cada corrida para os aplicativos – a taxa pode chegar a 40% em algumas situações. Além disso, eles denunciam que estão há mais de 5 anos sem reajuste no valor pago pelos aplicativos.

Os aplicativos não revelam de quanto é a remuneração e dizem que o valor é resultado de uma série de variáveis, como distância, tempo da corrida e demanda de passageiros. Mas, tabela que circula em grupos de motoristas, divulgada pelo portal de jornalismo 6Minutos, exemplifica como funciona essa remuneração na cidade de São Paulo: saída: R$ 1,50; quilômetro: R$ 1,05; minuto: R$ 0,19; viagem curta (valor mínimo): R$ 5,25.

De acordo com essa tabela, os valores podem variar de acordo com a categoria do veículo (Comfort, Bag e Black pagam mais) ou eventuais promoções (que reduzem ainda mais a remuneração). Em outras cidades, os valores repassados são ainda menores.

Muitos motoristas estão se submetendo a jornadas de 14 a 16 horas diárias. Os motoristas se queixam ainda da queda no número de chamadas e congelamento de tarifas.