Economia

A inflação permanece impactando as famílias de baixa renda, segundo Ipea

Ao contrário das famílias mais ricas, que seguem se beneficiando

Por Agência Brasil 14/09/2020 15h03
A inflação permanece impactando as famílias de baixa renda, segundo Ipea
Foto: Foto: Divulgação

A inflação continua, desde de março deste ano, pressionando mais o custo de vida de pessoas com renda mais baixa, segundo o Indicador de Inflação por Faixa de Renda do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O Ipea constatou que, no mês de agosto, a inflação de famílias mais pobre (cuja renda domiciliar é menos do que R$ 900) teve variação de 0,38%, acima da taxa de 0,10% percebida pelas famílias mais ricas (com renda maior do que R$ 9 mil).

Com este resultado, a inflação no ano chega a 1,50% para famílias mais pobres, enquanto as mais ricas têm uma queda de preços acumulada de 0,07%. Em 12 meses, o acumulado para famílias mais pobres é de 3,20%, mais do que o dobro (1,54%) das famílias mais ricas.

De acordo com o Ipea, o grupo de despesas que está mais pressionado a inflação é o de alimentos no domicílio, justamente o gasto de maior peso na cesta de consumo das famílias mais pobres, subindo 0,78% no mês. Neste ano, alimentos importantes para os brasileiros acumulam altas de preços: arroz (19,2%), feijão (35,9%), leite (23%) e ovos (7,1%).

Ao mesmo tempo, os serviços tiveram queda de preços, provocando um alívio mais intenso no orçamento das famílias mais ricas. As mensalidades escolares, por exemplo, tiveram quedas de preço consideráveis em agosto: creches (-7,7%), escolas de ensino fundamental (- 4,1%) e escolas de ensino médio (- 2,9%).