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Dívida Pública Federal sobe cerca de 2,47% em outubro

Instituições financeiras foram as principais detentoras da Dívida Pública Federal interna

Por Wellton Máximo com Agência Brasil 25/11/2020 16h04
Dívida Pública Federal sobe cerca de 2,47% em outubro
Foto: Reprodução

A necessidade de recursos em caixa para cobrir os gastos extras com a pandemia da covid-19 continuou a pressionar a dívida pública em outubro, com o Tesouro Nacional emitindo títulos em níveis recordes. A Dívida Pública Federal (DPF) subiu, em termos nominais, 2,47%, passando de R$ 4,527 trilhões para R$ 4,638 trilhões.

A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi), que é a parte da dívida pública em títulos no mercado interno, subiu 2,48% em outubro, passando de R$ 4,281 trilhões para R$ 4,387 trilhões.

A alta deve-se, segundo o Tesouro, à emissão líquida de R$ 76,79 bilhões na DPMFi. Além disso, houve a apropriação positiva de juros (quando os juros da dívida são incorporados ao total mês a mês), no valor de R$ 29,25 bilhões.

A emissão líquida de títulos da Dívida Pública Mobiliária Interna deu-se pela diferença entre o total de novos títulos emitidos pelo Tesouro Nacional – R$ 173,26 bilhões – em relação ao volume de títulos resgatados (embolsado pelos investidores), que somou R$ 96,47 bilhões.

De acordo com o Tesouro Nacional, as emissões totais em outubro atingiram o maior nível para um único mês desde o início da série histórica, em 2006. Até então, o recorde havia sido registrado em julho de 2020, quando o Tesouro havia posto em circulação R$ 156,4 bilhões em títulos públicos.

Mercado externo

A alta de cerca de 2% do dólar no mês passado fez o estoque da Dívida Pública Federal Externa (DPFe), em circulação no mercado internacional, subir 2,32%, passando de R$ 245,89 bilhões em setembro para R$ 251,59 bilhões em outubro.

Este ano, a Dívida Pública Federal (DPF) deverá ficar entre R$ 4,6 trilhões e R$ 4,9 trilhões, segundo a versão revisada do Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública para 2020, apresentada em agosto.

Detentores da dívida pública

As instituições financeiras foram as principais detentoras da Dívida Pública Federal interna, com 28,1% de participação no estoque. Os fundos de investimento, com 25,8%, e os fundos de pensão, com 23,4%, aparecem em seguida na lista de detentores da dívida.

A participação dos não residentes (estrangeiros) subiu de 9,4% para 9,8%. Em julho, o indicador chegou a cair para 9%, o nível mais baixo desde meados de 2009. Nos últimos meses, os investidores internacionais tinham se desfeito de títulos da dívida interna brasileira, por causa da pandemia de covid-19 e da crise econômica global. Os demais grupos somam 12,9% de participação, segundo os dados apurados no mês.