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Corte de quase R$ 500 milhões no orçamento de 2026 acende alerta nas universidades federais
Segundo dirigentes das instituições, redução compromete funcionamento das universidades, prejudica a assistência estudantil e ameaça a produção científica no país
O anúncio de um corte de quase R$ 500 milhões no orçamento de 2026 para as universidades federais, divulgado nesta terça-feira (23), gerou forte preocupação no setor do ensino superior público. Dirigentes das instituições alertam que a redução compromete o funcionamento das universidades, prejudica a assistência estudantil e ameaça a produção científica no país.
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou preocupação diante dos cortes promovidos pelo Congresso Nacional na proposta orçamentária para 2026.
Em nota, a entidade ressaltou que a diminuição dos recursos pode inviabilizar o funcionamento regular das universidades federais e enfraquecer o papel estratégico dessas instituições para o desenvolvimento científico, social e econômico do Brasil.
Segundo a Andifes, o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) previa recursos para 69 universidades federais. No entanto, durante a tramitação, houve um corte de 7,05% nos valores, o que representa uma redução de R$ 488 milhões em relação ao montante originalmente proposto.
A associação destaca que os cortes não foram distribuídos de forma uniforme e atingiram áreas essenciais para o funcionamento da rede federal de ensino superior. Entre os pontos mais sensíveis está a assistência estudantil, que sofreu uma redução estimada em R$ 100 milhões.
De acordo com a entidade, esse corte impacta diretamente a implementação da nova Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), instituída pela Lei nº 14.914/2024, colocando em risco avanços recentes na ampliação do acesso e na permanência de estudantes em situação de vulnerabilidade socioeconômica.
A Andifes alerta ainda que, sem a recomposição dos valores, o orçamento das universidades federais em 2026 ficará, em termos nominais, abaixo do executado em 2025, desconsiderando os efeitos da inflação e os reajustes obrigatórios de contratos, especialmente os relacionados à mão de obra.
Além das universidades, a associação aponta que instituições estratégicas para a ciência brasileira, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), também devem ser impactadas pelos cortes orçamentários.


