A Polícia Federal (PF) apreendeu R$ 9,5 bilhões em dinheiro e bens ligados ao crime organizado entre janeiro e novembro de 2025, superando os R$ 6,1 bilhões apreendidos no mesmo período do ano anterior. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (15) pelo diretor-geral da corporação, Andrei Rodrigues.

De acordo com Rodrigues, as apreensões abrangem recursos retirados efetivamente do crime organizado, incluindo valores em espécie, imóveis, embarcações, aeronaves, criptomoedas e ouro. "São recursos que efetivamente foram retirados do crime organizado", afirmou o diretor.

O diretor-geral explicou ainda que parte das quantias foi localizada em contas de investigados. No entanto, destacou que, nesses casos, os valores apreendidos costumam ser inferiores aos bloqueios determinados pela Justiça.

Durante encontro com jornalistas na sede da PF, em Brasília, Andrei Rodrigues defendeu as ações de descapitalização do crime organizado, ressaltando a importância de atingir os líderes e financiadores das organizações criminosas.

“Não é o preto pobre da favela da periferia. Nós precisamos enfrentar aqueles que financiam, que têm recursos, que comandam o crime organizado e lideram estrutura organizada e poucas vezes colocaram o pé em uma favela”, destacou Rodrigues.

O diretor também criticou a decisão da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), que, na semana passada, libertou o deputado Rodrigo Bacellar (União), preso dias antes pela PF sob suspeita de vazar informações sobre uma megaoperação contra o crime organizado no Rio de Janeiro.

Segundo balanço apresentado por Rodrigues, em 2025, até o momento, a PF já homologou 3.310 operações, número superior às 3.133 registradas em 2024. Foram cumpridos 2.413 mandados de prisão, também acima dos 2.184 do ano anterior. Para o diretor, os dados refletem “um resultado mais eficiente das investigações”.