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Governo anuncia apoio a pacientes e serviços que oferecem radioterapia

Medidas anunciadas para o cuidado ao paciente com câncer fazem parte do programa "Agora Tem Especialistas"

Por Agência Brasil 22/10/2025 14h02 - Atualizado em 22/10/2025 15h03
Governo anuncia apoio a pacientes e serviços que oferecem radioterapia
Nesta quarta-feira (22), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que o Governo Federal irá aderir medidas que facilitem os tratamentos oncológicos - Foto: Agência Brasil

Nesta quarta-feira (22), o Ministério da Saúde anunciou medidas para expandir a radioterapia no Brasil, por meio de auxílio governamental, em razão da procura exacerbada do serviço em outras regiões.

As medidas anunciadas para o cuidado ao paciente com câncer fazem parte do programa "Agora Tem Especialistas". Lançada em maio deste ano, a iniciativa tem o objetivo de reduzir o tempo de espera por atendimentos especializados na rede pública.


Desse modo entre as ações estão:

  • a criação de um auxílio para custear transporte, alimentação e hospedagem dos pacientes;
  • a centralização da aquisição de medicamentos;
  • R$ 156 milhões por ano em estímulo financeiro para que os serviços de saúde ampliem o número de atendimentos.

“Estamos colocando a radioterapia em outro patamar, em relação ao cuidado ao paciente com câncer”, disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em entrevista coletiva à imprensa. Durante o evento, ele assinou portarias sobre as novas regras para os serviços de radioterapia e para a Autorização de Procedimentos Ambulatoriais de Alta Complexidade (Apac).

    De acordo com o Ministério da Saúde, quase 40% dos pacientes do SUS buscam atendimento fora da sua região de saúde para fazer radioterapia e precisam se deslocar, em média, por 145 quilômetros. è importante ressaltar que a radioterapia é indicada em 60% dos casos de câncer.

    O novo auxílio garante, então, R$ 150 para custear o transporte e mais R$ 150 por dia para alimentação e hospedagem dos pacientes e acompanhantes.

    O Ministério da Saúde publicou ainda, no Diário Oficial da União, uma portaria sobre a assistência farmacêutica oncológica, que visa ampliar o acesso a medicamentos de alto custo. A partir dela, a União assume a responsabilidade pela aquisição de medicamentos para tratamento de câncer, com priorização das novas tecnologias em oncologia.

    A expectativa é reduzir preços em até 60% com as negociações de abrangência e escala nacional. O formato combina compra centralizada feita diretamente pelo ministério, negociações nacionais via registro de preços e aquisições descentralizadas pelos serviços oncológicos, mediante autorização específica.

    O novo componente também garante ressarcimento a estados e municípios por demandas judiciais: durante o período de transição de 12 meses, a União reembolsará 80% dos valores judicializados. Além disso, serão criados centros regionais de diluição de medicamentos oncológicos, para reduzir desperdícios e otimizar o uso dos insumos.

    Estímulo financeiro

    A nova portaria do Ministério da Saúde mudou a forma de financiamento dos serviços de radioterapia, criando um mecanismo de estímulo financeiro para aumentar o número de pacientes atendidos. Agora, quanto mais pacientes atendidos, mais recursos serão repassados por atendimento, “estimulando, ao máximo, o uso da capacidade do acelerador linear, equipamento utilizado nas sessões”.

    Unidades que atenderem entre 40 e 50 novos pacientes por acelerador linear receberão 10% a mais por procedimento; 20% a mais, entre 50 e 60; e 30% a mais, acima de 60 novos pacientes.

    Essa é uma nova lógica para estimular que essa capacidade ociosa possa atender mais e, com isso, reduzir o tempo de espera de quem está aguardando o tratamento”, destacou o ministro Padilha.

    Os estabelecimentos que já atendem o SUS passarão a receber progressivamente, por procedimento realizado, por meio do Fundo de Ações Estratégicas e Compensação (FAEC). Até então, os recursos entravam no orçamento geral, no valor fixo repassado mensalmente aos estados e municípios para custeio dos serviços de média e alta complexidade.

    “É uma forma direta de remuneração para os estados e municípios, que não disputa com os outros recursos gerais da média e alta complexidade, como é a quimioterapia, porque a gente remunera a quimioterapia pela Apac. Assim, a gente tira a radioterapia de ser o patinho feio do tratamento ao câncer”, afirmou Padilha.

    Por fim, o governo quer mobilizar o setor privado, que terá condições especiais para o financiamento de equipamentos de radioterapia. Para isso, deverão ofertar, no mínimo, 30% de sua capacidade instalada para o SUS por, no mínimo, três anos.

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