O influenciador Bruno Alexssander Souza Silva, conhecido como Buzeira, e o contador Rodrigo Morgado foram transferidos da sede da Polícia Federal para unidades do sistema prisional paulista. A informação foi confirmada pela Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) nesta segunda-feira (20).

Buzeira está agora no Centro de Detenção Provisória IV de Pinheiros, na zona oeste da capital. Já Morgado foi encaminhado ao CDP de São Vicente, no litoral sul do estado. Ambos foram presos na última terça-feira (14) durante a Operação Narco Bet, que investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado ao tráfico internacional de drogas.

Segundo a PF, Morgado atuava como operador financeiro do grupo, utilizando apostas online e empresas de fachada para movimentar grandes valores. Ele teve o pedido de prisão domiciliar negado pela Justiça, mas ainda pode recorrer da decisão.

Imagens exibidas pelo Fantástico no domingo (19) mostram Buzeira momentos antes da prisão, em sua mansão de luxo em Igaratá, interior de São Paulo. O vídeo revela o influenciador acordando, pegando uma espingarda e circulando pela casa com a arma carregada, enquanto sua esposa grávida e a filha de quatro anos estavam presentes.

Durante a ação, foram apreendidas armas de fogo, mais de 30 motos, carros de luxo e duas pedras identificadas como esmeraldas, com certificado de autenticidade avaliado em R$ 1,7 bilhão. A perícia ainda vai determinar o valor real das peças.

Buzeira, que ficou milionário antes dos 30 anos promovendo rifas online, acumulou mais de 15 milhões de seguidores nas redes sociais. Ele exibia uma rotina de ostentação, viagens internacionais e ações de caridade. Em 2024, publicou fotos em Dubai com vista para o Burj Khalifa, mas segundo a PF, a viagem tinha fins comerciais: abrir empresas e buscar vantagens fiscais.

Conversas obtidas pela polícia mostram Buzeira e Morgado discutindo movimentações financeiras milionárias, incluindo uma nota fiscal de R$ 50 milhões emitida por uma empresa do influenciador para uma companhia sediada em Curaçao. A PF aponta tentativa de simular origem lícita para justificar entrada de capital.

A defesa de Buzeira nega qualquer envolvimento com tráfico de drogas ou lavagem de dinheiro. Já os advogados de Morgado afirmam que ele sempre agiu dentro da legalidade.